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Quer fotografar as estrelas? Há um astrofotógrafo em Coimbra que lhe ensina tudo

Miguel Marques já fotografou em vários pontos do mundo, mas garante que a Região de Coimbra tem "cenários incríveis".
Barragem de Santa Luzia, na Pampilhosa da Serra.

O céu da Região de Coimbra é dos melhores lugares do mundo para observação das estrelas e tem até um projeto de astroturismo, o Dark Sky Aldeias do Xisto. Em lugares mais afastados das luzes das cidades, não é muito difícil encontrarmos um imenso céu planejado, o problema surge quando queremos imortalizar o momento com uma fotografia e o resultado não é o esperado. Miguel Marques, da Figueira da Foz, faz isso profissão e ensina, em workshops, quem quer ter fotos tão incríveis como as dele.

O astrofotógrafo tem 31 anos e trocou a eletromecânica, área em que se formou e que exerceu durante algum tempo, pelas estrelas. “Comecei a fotografar as estrelas há cinco, seis anos, mas só me dediquei 100 por cento a isso no início de 2022”, conta à New in Coimbra. Tem realizado diversos trabalhos fotográficos na Região de Coimbra e na zona centro do País, com forte incidência no território das Aldeias do Xisto, mas também no Estrela UNESCO Global Geopark.

“Tudo começou com uma fotografia e até hoje o caminho tem sido incrível”, afirma. Já fotografou céus de vários pontos do mundo, como o Chile ou a Islândia. Maria é a sua companheira de vida e de todas as aventuras. Juntos formam a Marques Photography. Confessam-se ambos “apaixonados pelo firmamento e um pelo outro também”.

O Miguel é astrofotógrafo profissional. A Maria, com mestrado em Comunicação de Ciência é a voz e a escrita de tudo o que se vai passando. A paixão por esta área, refere, “não vem só da fotografia, mas também do contacto com a natureza e a presença constante em locais onde o céu, com pouca luminosidade, os guia e os deixa explorar um novo mundo”, que para muitos é desconhecido”. O casal regista algumas das aventuras em vídeo e no site

“Percorremos o firmamento contando histórias e lendas, acompanhados pelo nosso laser verde e pelo telescópio. Venham observar o cosmos conosco”, convidam. 

“O Chile tem dos melhores céus do mundo. Andamos 400/500 quilómetros sem ter luz perto, é mesmo muito escuro o que é ótimo”, diz Miguel Marques. Mas é na Região de Coimbra que encontra “cenários que outras zonas não conseguem ter”, sobretudo pela “envolvência das montanhas, em lugares como a Serra da Lousã, do Açor, a Pampilhosa da Serra”, garante.

O astrofotógrafo foi o autor das fotografias do catálogo, em parceria com a CIM-RC, do projeto Dark Sky® Aldeias do Xisto, que mostra o céu noturno da região de Coimbra. O trabalho conta com imagens fantásticas dos céus nos concelhos de Arganil, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra e Penela.

Do portfólio fazem parte várias “chapas” tiradas no Observatório Espacial da Pampilhosa da Serra (PASO), na Serra da Estrela, mas também no Alentejo, no Parque Natural do Tejo Internacional ou no Algarve.

O resultado é incrível, mas conseguir uma boa fotografia dá muito trabalho e pode demorar semanas. “A maior dificuldade é a luz das cidades e depois as condições atmosféricas, sobretudo as baixas temperaturas”, conta Miguel à NiC. É preciso subir montanhas, entrar em caminhos que ninguém conhece e esperar, tudo ao frio, ao vento ou até com neve. O casal mune-se de sacos cama e passa noites inteiras ao relento.

“Aqui estamos a um palmo do céu”, ouve-se Maria dizer numa das aventuras registadas pelo casal na Barragem de Santa Luzia, na Pampilhosa na Serra. O objetivo parece ser sempre tocar nas estrelas e, para isso, Miguel e Maria fazem verdadeiras expedições. “Valeu bem a pena a subida”, acrescenta o astrofotógrafo satisfeito com as fotografias que o lugar encontrado lhe permitiu fazer. 

Conhecedor das dificuldades e dos desafios que se colocam a quem ambiciona fotografar os céus, Miguel começou a organizar workshops e astrotours. A boa notícia é que em 2023 os cursos estão de volta e o próximo é já no sábado, dia 7 de janeiro, no Planetário do Observatório Geofísico e Astronómico da Universidade de Coimbra. E é perfeito para quem está a começar, mas também para quem quer saber mais sobre astrofotografia. “Como decorre dentro do planetário não está dependente das condições atmosféricas e além disso vamos projetar o céu”, explica Miguel. “Vamos poder ter o céu do Chile por exemplo, mas outros também, vamos ter o céu que quisermos”, adianta. 

O workshop tem início às 20h30 de sábado e termina às 0h30 de domingo. “O desafio desta noite é criarmos startrails em cinco minutos, uma bonita astrofotografia em apenas dez segundos ou ir até a um País do hemisfério sul e captar a Grande Nuvem de Magalhães”, descreve o casal, que promete uma “aventura rápida, mas imensamente galáctica”.

O valor é de 70€ por inscrição, sendo que a única coisa que precisa de levar é uma câmara com modo manual e tripé. Destina-se a “qualquer pessoa, mesmo a quem não percebe nada de estrelas”, garante o astrofotógrafo. No final, cada participante leva para casa uma fotografia. 

Para este ano, a Marques Photography tem planeados mais cinco workshops, dois na Pampilhosa da Serra (21 de abril e 18 de agosto) um na Serra da Estrela (17 de fevereiro), outro na Serra do Açor (6 de maio) e um para fotografar a lua cheia (3 de junho) cuja localização ainda está por definir. 

De seguida carreguei na galeria e veja algumas das imagens captadas pelo astrofotógrafo Miguel Marques. 

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Este artigo foi escrito em parceria com a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.

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