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Os aviões que foram transformados em alojamentos de luxo com sauna e jacuzzi

O FLY8MA Pilot Lodge parece saído de um filme. Tem duas pistas e várias aeronaves que oferecem estadias únicas.
São casas únicas.

A procura por alojamentos originais e únicos tem-se tornado uma tendência crescente entre os viajantes contemporâneos. Cada vez mais pessoas optam por trocar os tradicionais hotéis e pousadas por experiências mais imersivas e memoráveis. Esta mudança de comportamento reflete uma vontade de esquecer a rotina e reforçar o contacto com a natureza, com as culturas locais ou até com a própria história de vida, optando por estadias com significado.

Porém, poucos alojamentos se destacam verdadeiramente pela sua excecionalidade. Se procura algo diferente, mas onde o conforto e qualidade estão garantidos, os “aviões-casa” do FLY8MA Pilot Lodge foram construídos a pensar nos mais aventureiros.

Natural da Flórida, nos EUA, Jon Kotwicki ficou encantado com o Alasca após umas férias na região, onde teve oportunidade de observar ursos e aventurar-se na escalada. Antes de se mudar para este local inóspito, já era proprietário de uma escola de aviação na Flórida. Em conjunto com a sua equipa, perceberam que aquela localização era ideal para concretizarem um projeto que acalentava há muito. “Ali poderíamos comprar muitas propriedades e talvez desenvolver o nosso próprio aeroporto, fazer o nosso próprio espetáculo”, explicou o piloto de 33 anos à CNN.

Inicialmente, começaram por construir uma pista na propriedade de 40 hectares e, depois, deram início à criação de cabines onde os estudantes e turistas pudessem ficar hospedados. “Decidimos dar mais um passo em frente. Pareceu-nos incrível pegar num avião velho e transformá-lo numa casa. Queríamos fazer algo bonito, pondo um jacuzzi na asa e um grelhador. Depois quisemos ter mais dois aviões.”

A excentricidade e “tendência a exagerar” são dois traços da personalidade do instrutor, que avançou com a criação de uma segunda pista. A primeira aeronave a ser transformada foi um DC-6 de 1950, responsável pelo transporte de carga e combustível para aldeias remotas na periferia do Alasca. Após a etapa de remodelações, tornou-se numa “moradia” com dois quartos, uma casa de banho e lareira, que pode ser reservada desde fevereiro através da plataforma Airbnb, a partir de 442€ por noite.

 
 
 
 
 
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A segunda aeronave, um DC-9, foi transformada num alojamento com capacidade para sete pessoas. Tem três camas, duas casas de banho, uma sauna, um jacuzzi e o piso é aquecido. Começou a receber hóspedes em abril e os preços da estadia começam nos 768€ por noite. 

Jon Kotwick ainda não estava satisfeito com a experiência única que tinha desenvolvido, pelo que avançou para a compra de um Boeing 727. O objetivo é transformá-lo num espaço para convívio entre os hóspedes, com “uma grande cozinha e uma grande mesa de jantar. As pessoas vão poder fazer refeições juntas. Vamos ter um jacuzzi numa das asas e sofás. Na parte de trás, estou muito entusiasmado, porque vamos ter um terraço”, explica.

Com o intuito de expandir ainda mais o negócio, adquiriu um quarto avião, um Fairchild C-119 Flying Boxcar, que serviu para transporte militar e foi produzido entre 1949 e 1955. “A estrutura é tão feia que se torna engraçada”, descreve Kotwick.

Além das aeronaves que já modificou e as que continua a transformar, o norte-americano está também a erguer uma torre de controlo de 18,3 metros. O telhado será uma cúpula geodésica envidraçada, para que os visitantes possam observar o espetáculo oferecido pelo céu noturno do norte. 

Quem ficar hospedado na propriedade vai poder visitar os aviões antigos em exposição e percorrer os trilhos de esqui que ali foram criados. “É frustrante, stressante, assoberbante e caro fazer uma coisa destas. Mas também é gratificante”, aponta. 

Kotwicki demora cerca de nove meses a encontrar um avião que esteja disponível para compra. Contudo, obter permissões para converter as aeronaves em alojamentos tem sido mais fácil do que seria numa região mais populosa, salienta.

“Felizmente, estamos no Alasca. Na propriedade que comprámos, devido à dimensão, podemos fazer o que quisermos. O enorme obstáculo que tivemos de ultrapassar foi o de deslocar os aviões na autoestrada. Mas, uma vez aqui, até ao momento, tem sido bastante simples.”

Devido às condições meteorológicas adversas que se fazem sentir no Alasca — no verão, as temperaturas médias variam entre os quatro e os 15 graus, e no inverno, podem descer abaixo dos 18 ou 35 negativos —, houve um grande investimento no isolamento dos aviões para ser possível mantê-los quentes. Apesar de todas as dificuldades que têm enfrentado para concretizar o projeto num local tão inóspito, Jon Kotwicki salienta que “é difícil, mas isso faz dele um sítio muito especial”.

Carregue na galeria para ver mais algumas imagens destes aviões-casa verdadeiramente excecionais. 

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