A fotografia sempre fez parte da vida de Rafael Ferreira. É uma área que o realmente apaixona e se tornou num dos seus hobbies. A nível académico, decidiu apostar no curso de Arte e Design, na Escola Superior de Educação do Politécnico de Coimbra, e acabou por trabalhar numa empresa enquanto designer de produto, tendo sempre a fotografia como atividade paralela.
“Nessa altura decidi colocar na balança duas hipóteses: emigrava e tentava a minha sorte na área do design, numa indústria maior, ou tentava agarrar a oportunidade dentro do mundo da fotografia”, conta à NiC o jovem, de 28 anos, natural de Cantanhede. A segunda opção acabou por ter mais peso.
Assim, desde 2023, Rafael está inteiramente focado a trabalhar enquanto fotógrafo oficial do Campeonato do Mundo de Motocross. “A minha paixão são os desportos motorizados, que inclui o motociclismo e corridas de carros. No entanto, gosto de me aventurar por todas as modalidades e este concurso espelhou isso”, refere.
O talento de Rafael como fotógrafo ficou também provado com uma conquista importante: fez parte do top 10 do World Sports Photography Awards 2025, que se realizou entre novembro e dezembro do ano passado. O concurso contou com mais de 2.200 fotógrafos desportivos profissionais, de 96 países, incluindo Jerome Brouillet, um dos seus ídolos e autor da icónica fotografia do surfista brasileiro Gabriel Medina durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
“Estar num local repleto de talentos de todo o mundo foi uma das motivações para entrar no concurso. Além do desafio de superar-me”, conta à NiC. “O vencedor da minha categoria captou a imagem do Gabriel Medina Jogos Olímpicos de Paris e é, provavelmente, umas das fotografias de desporto mais mediáticas de 2024. Ter a minha fotografia ao lado de imagens deste nível é, sem dúvida, gratificante”, afirma.
Rafael colocou 10 fotografias a concurso, uma na categoria de “Desportos Aquáticos”, enquanto as outras nove foram submetidas no segmento de “Desporto Motorizado”. Ficou surpreendido com o resultado. “Apostei as fichas na categoria que faz parte das minhas especialidades e, por isso, esperava melhores resultados nessa mesma categoria”, confessa.
No entanto, não foi isso que aconteceu. Nas 22 categorias a concurso são distinguidas as dez melhores fotografias. Rafael garantiu o seu lugar no top 10 do concurso, com a única fotografia que submeteu em “Desportos Aquáticos”, tirada num campeonato de surf. A imagem foi captada em janeiro de 2024 na Praia do Norte, na Nazaré, durante o WSL Tudor Nazaré Big Wave Challenge. Nela está a surfista Maya Gabeira, que conta com uma experiência de 10 anos.
À New in Coimbra, Rafael conta como chegou à imagem vencedora. “Nesse dia estava na Nazaré, como espectador, não tinha nenhuma credencial e nem sabia que ia tirar fotografias. Estávamos centenas de fotógrafos naquela falésia a tentar captar o momento. Não sabia que tinha material relevante até descarregar para o computador e rever todas as imagens que tinha tirado”, explica.
Quando voltou a olhar para a fotografia, no momento de escolha para as submissões, decidiu arriscar. “Para mim, é uma fotografia que representa a pequenez do ser humano em relação ao oceano e à natureza no geral. E, infelizmente, a Maya já sofreu as consequências dessa pequenez, em 2013, tendo sido retirada da água, inconsciente, após uma queda”.
Após esta distinção, Rafael promete continuar a desafiar-se pelos diferentes concursos nacionais e internacionais. “Há alguns que possuem prémios monetários, mas o foco não é esse. A expectativa é o reconhecimento que os concursos trazem do que o prémio em si”, comenta.
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