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Herman José é a personalidade escolhida para o Prémio Universidade de Coimbra 2025

Uma figura que "criou e inspirou novas formas de fazer humor" e "promoveu sempre a liberdade de expressão", refere a organização.
O galardão será entregue a 1 de março.

Há personalidades inconfundíveis que marcaram a cultura portuguesa contemporânea e que conseguiram agradar a diferentes gerações de fãs. Uma delas é Herman José, considerado um dos maiores artistas do País, percursor na área do humor, admirado transversalmente por colegas e público. Com 70 anos de vida e 50 de carreira, foi-lhe atribuído o Prémio Universidade de Coimbra 2025.

A distinção foi divulgada nesta quinta-feira, 13 de fevereiro, sendo que, oficialmente, o galardão só será entregue no dia 1 de março, na sessão comemorativa do 735.º aniversário da Universidade de Coimbra. 

Composto por uma medalha, um diploma e pela atribuição de uma Bolsa de Investigação Santander, no valor de 15 mil euros, este é um prémio atribuído, anualmente, desde 2004, a uma “pessoa de nacionalidade portuguesa de inequívoco valor percebido na sua área profissional”, podemos ler no site da Universidade, que tenha um “reconhecido contributo nas áreas da cultura, da economia e gestão e/ou ciência e inovação, apoiando um crescimento inclusivo e sustentável de sociedade, e, nessa medida, promotor de um valor acrescentado inegável”.

Em 2025, a escolha recaiu sobre Herman José, devido à sua capacidade de “criar e inspirar novas formas de fazer humor, abalou crenças e mentalidades e promoveu sempre a liberdade de expressão”, afirma o reitor da UC, Amílcar Falcão.

“Trata-se de uma figura singular da sociedade portuguesa, que há décadas nos faz rir e pensar sobre as características e idiossincrasias do ser português. Ao longo dos seus 50 anos de carreira — que tão apropriadamente coincidem com estes 50 anos de nascimento e consolidação do Portugal democrático, pós 25 de Abril — criou e inspirou novas formas de fazer humor, abalou crenças e mentalidades e promoveu sempre a liberdade de expressão. Todos lhe devemos muitos sorrisos e gargalhadas”, acrescentar Amílcar Falcão.

O Prémio Universidade de Coimbra conta com o apoio da Fundação Santander Portugal, onde a vice-presidente do júri, Inês Oom de Sousa destacou ainda a carreira do humorista e o seu “contributo a todos os títulos notável para a democracia e para a liberdade de expressão, nunca cedendo ao politicamente correto”.

Herman José nasceu a 19 de março de 1954. O seu percurso artístico começou aos quatro anos, quando o humorista “protagonizava os filmes do pai, que conciliava a sua atividade no comércio de mármores com a de cineasta amador”, pode ler-se no site do próprio artista. Na adolescência comprou a primeira viola-baixo em segunda mão, que custou mil escudos, e desde então a música tem-no acompanhado em diferentes projetos. 

Depois do 25 de Abril de 1974, acabou por ficar em Portugal, onde, nesse ano, se estreou como ator no Teatro ABC, com a peça “Uma no Cravo, Outra na Ditadura”. O seu talento não passou despercebido e Nicolau Breyner, em conjunto com o administrador da RTP, João Soares Louro, levou-o a estrear-se como ator na televisão. Em 1975 participou no “Sr. Feliz e Sr. Contente”, rubrica inserida no programa “Nicolau no País das Maravilhas” e a crítica foi certa: “O veterano Nicolau Breyner tinha finalmente encontrado um parceiro à altura”. 

Acabou por tornar-se num artista multifacetado e rosto incontornável da televisão nacional. Seja como ator, comediante, cantor ou apresentador, deixou e continua a deixar a sua marca nos vários projetos em que participa. Programas como O Tal Canal e Herman Enciclopédia continuam presentes na memória dos fãs, tendo também eternizado personagens como Serafim Saudade, Diácono Remédios e Nelo.

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