Henrique Carmo é um dos tatuadores mais premiados em Portugal. No seu estúdio da Figueira da Foz, onde trabalha desde 2019, já são poucos os espaços em branco nas estantes e nas paredes para mostrar todas as distinções conquistadas nos últimos nove anos.
2022 foi um dos principais momentos de glória de uma carreira que começou com os desenhos que fazia quando era jovem. Pelo caminho foi fazendo algumas experiências com a ajuda de familiares. Com o passar dos anos, a técnica foi melhorando, ao ponto de ter conquistado mais de uma dezena de primeiros lugares nas sete convenções onde participou. Distinções que são atribuídas por um júri constituído por outros profissionais da área. Um reconhecimento que o deixa o tatuador de 34 anos ainda mais orgulhoso.
Alchemy Tatoo Expo, Philadelphia Tattoo Convention, Chicago Tattoo Art Festival e Lancaster Tattoo Art Festival são alguns dos festivais internacionais onde a sua arte conquistou prémios em categorias que premeiam a realidade, melhor cor ou desenho grande. Ao todo, são já 62 as distinções nos últimos oito anos.
Conhecido pela forma realista como desenha os rostos, o premiado tatuador natural da Tocha, Cantanhede, já teve espaços próprios na Suíça e em Espanha, mas escolheu a Figueira da Foz para prosseguir o seu trabalho. “Era algo que eu já ambicionava há algum tempo”, afirma à NiC.
Apesar de este ser o espaço principal de trabalho, Henrique Carmo continua a viajar para fora, onde trabalha muitas vezes como artista convidado, dos Estados Unidos a Inglaterra, Suíça e Luxemburgo. Mas é no número 27 da Rua da Liberdade que passa a maioria do tempo.
Segundo Carmo, a Internet e a troca de ideias com outros tatuadores é vital para que a evolução continue a acontecer. Conta também com a ajuda preciosa da mulher, Catarina Marques.
Questionado sobre o segredo para todo o realismo das suas obras, explica que passa por “muita paciência e muitas horas a estudar para sair o melhor desenho possível”. “Tento ser o fiel mais fiel à imagem que me é dada para desenhar.”
São precisamente esses trabalhos mais detalhados e demorados que mais o entusiasmam. Mesmo que “demorem um dia a fazer”. Estes trabalhos minuciosos são também intercalados com outros mais pequenos e rápidos.
Paul Acker é o seu tatuador de referência. Ao longo do seu percurso profissional, já teve oportunidade de trabalhar com o norte-americano na sua loja nos Estados Unidos. “O meu sonho era ir trabalhar um dia com ele. Foi espetacular”, nota. Uma das 14 tatuagens que tem no seu corpo foi lá desenhada e, na conversa com a New in Coimbra, teve oportunidade de a mostrar com enorme orgulho.
Os seus serviços são bastante requisitados também por clientes de fora da Figueira da Foz. Uma boa parte pretende realizar trabalhos maiores, mas há quem também deseje fazer os desenhos mais pequenos. Sobre o número de tatuagens no corpo, Henrique Carmo desconhece a teoria de que devem ser em número ímpar. “Se calhar foi alguém que inventou isso, que não tinha muito trabalho e, dessa forma, levou as pessoas a fazerem mais um desenho para atingir esse número”, graceja.
Quanto ao melhor período do ano para fazer uma tatuagem, o profissional garante que o melhor é fazer sempre depois do verão. “Se pretenderem efetuar antes da praia, só têm de usar um protetor solar com fator 50 por todo o corpo para evitar a diferença de tom de pele.”
Carregue na galeria para ver alguns dos seus trabalhos.