O serpentear do rio Seia serviu de inspiração para a construção de uma ponte, que também é um passadiço, na zona do Açude da Ribeira em Ervedal da Beira (Oliveira do Hospital). Com cerca de 300 metros de extensão, a estrutura foi colocada junto à zona do açude onde existe uma cascata com dez metros de altura.
Construído pelo Fidalgo de Ervedal da Beira, Coronel Sebastião de Albuquerque Freire Pinto Tavares Castelo-Branco, em meados do século XIX, o açude permitiu aumentar a produção dos campos agrícolas ao seu redor, “onde por meio da lavada a água era encaminhada”. Desde a sua construção, aquele espaço viu “perpetuada a sua beleza por jovens que aproveitavam o leito do rio para aprenderem a nadar e a dar aparatosos mergulhos”, de acordo com a informação no local.
Além disso, esta maravilha natural foi o local escolhido por muitas famílias para descansarem e merendarem, “passando horas de puro lazer e convívio, ajudando a esquecer as árduas e fatigantes semanas de trabalho”. Nos últimos anos, o espaço esteve algo abandonado, tendo o município de Oliveira do Hospital solicitado à arquiteta Marta Falcão a apresentação de um anteprojeto que permitisse requalificar o espaço e, ao mesmo tempo, criar um novo polo de atração turística no concelho.
A proposta de ponte, que também serve de passadiço, agradou ao município e obteve a concordância das entidades oficiais, tendo a obra arrancado em novembro de 2021. Ano e meio depois, a estrutura foi inaugurada, mas já podia ser visitada desde o início de 2023.
No fim de semana da Feira do Queijo da Serra da Estrela, por exemplo, centenas de pessoas passaram por esta zona e deram a conhecer, através das redes sociais, um “espaço único a nível nacional e, atrevo-me a dizer, a nível mundial”, referiu na inauguração o presidente da União das Freguesias de Ervedal e Vila Franca da Beira, Carlos Maia. A nova estrutura, que liga em segurança as freguesias de Ervedal da Beira e Lagares da Beira, permite admirar a paisagem natural da zona e optar por um dos três novos caminhos pedestres: Talegre (8,95 quilómetros), Espadanal (3,42 quilómetros) e Açude (2,83 quilómetros).
O caminho do Açude tem um grau de dificuldade baixo, enquanto o do Espadanal tem um grau de dificuldade médio, com passagem na ponte romana de Vale de Negros. O de Talegre é o mais difícil mas termina na vila de Lagares da Beira. Todos os caminhos estão sinalizados, tendo sido usado o material lenhoso de limpeza da área. 450 mil euros é o valor total do investimento que contou com o forte apoio (85 por cento) do Programa Operacional (PO) do Centro.
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