na cidade

Há um espaço na Baixa de Coimbra que acolhe pequenos projetos sustentáveis

Chama-se Col.eco e apoia 20 projetos das mais variadas áreas que primam pela sustentabilidade.
Incubadora fica na Baixa de Coimbra.

Do macramé à cozinha vegan, da costura à ilustração ou das cerâmicas aos sabonetes da cosmética artesanal. São 20 pequenos projetos que ousam crescer. E é precisamente a Col.eco, uma incubadora na Rua Adelino Veiga, que pretende levar os negócios a bom porto e ajudar os empreendedores — em situação de desemprego ou subemprego — a implementar as suas ideias. Começou em abril de 2022, no coração da cidade, e quer continuar a lançar sementes para o futuro.

Sustentabilidade e ética são as características chave para estes projetos criativos, que primam pelas questões relacionadas com a ecologia, tendo como ponto de partida o que está na base dos produtos e até às próprias embalagens, dando uma nova vida a materiais reciclados. Os empreendedores, além de darem a mostrar os seus artigos ou serviços neste espaço, de forma totalmente grátis, são convidados a fazer formação.

“Existe uma formação em três áreas que são mais abrangentes, mas que nós consideramos ser estruturantes dos negócios. Começamos pela gestão colaborativa, depois a parte da comunicação e, por fim, a gestão e planeamento estratégico e financeiro”, explica à New in Coimbra a coordenadora, Rute Castela.

Além dessa formação coletiva, os negócios vão permanecendo neste espaço, até se tornarem autónomos. “Quando terminam esta formação coletiva, os empreendedores têm um acompanhamento individual nas áreas de contabilidade e do direito ao trabalho”, acrescenta a coordenadora.

Os 20 projetos estendem-se por diversas áreas. “Da Serra à Cidade” é o projeto de Ângela Roque, com produtos artesanais e regionais. Ganhou asas e, em breve, vai tornar-se numa mercearia tradicional, na Baixa de Coimbra. “Já tinha a ideia de criar um negócio e até já tinha tido formação, mas a Col.eco ajudou-me na sua concretização. Foi fundamental ficar a par de toda a dinâmica da Baixa”, partilha Ângela Roque à NiC.

Com artigos em macramé e couro surgiu a Fazemos Nós, de Bruna Moreira. A Blimunda, por Bruna Zeni, nasceu para dar voz às mulheres, através da literatura. Mas há mais, e até projetos saborosos são ali potenciados. É o caso da Cozinha Sem Peneiras, de Catarina Camacho, para vegans, vegetarianos, flexitarianos, intolerantes ao glúten ou outras restrições.

A “Caracolinha”, criada pelas mãos de Célia Oliveira, dá uma nova vida a tecidos descartados, costurando roupa e acessórios. Já o projeto de ilustração de Eliana Vasconcelos surgiu no confinamento e retrata os seus dias. A Ap’Arte, de Filipa Formigo, resultou de memórias de uma infância passada numa tradição familiar ligada ao trabalho com a madeira. Uma tasca LGBT é o que Inês Aidos quer desenvolver na cidade, e Juliana Marcondes, com o Ceramicar-te, oferece oficinas de cerâmica, mas também vende os seus artigos.

Paula Machava é a mentora do projeto Ateliê-Escola Xongani com a produção de roupas e acessórios, em particular da capulana. Pierre Marie & Eduardo Albuquerque lançaram a Rebobinar, um projeto de divulgação histórica, e Rita de Almeida capta lugares da cidade e cartona fotografias.

Rita Providência decora cadernos e cria autocolantes ecológicos. Já Roberta Atzei criou o Aurora — Atelier de Artesanato com produtos feitos à mão para os miúdos, através da reciclagem criativa. Como forma de maior expressão, surge o trabalho de Teresa Tellechea que se debruça sobre pinturas. Wesley Souza cria sabonetes artesanais e é o rosto da La Boutique.

De toda esta panóplia de negócios existem ainda os serviços. Alda Aragonez promove visitas guiadas pelo património de Coimbra e Ana Célia Viana dá aulas de música para jovens e de piano também para miúdos e adultos. “Sou brasileira e cheguei a Portugal, mais precisamente a Coimbra, em fevereiro de 2022. Estava à procura de trabalho como professora de música e conheci o Col.eco que me cedeu um espaço e ajudou-me a organizar melhor o plano de negócio. Incentivou-me a criar o meu projeto e sozinha teria sido difícil”, adianta Ana Célia Viana.

Dália David é especialista em Educação para a Saúde e procura, através das suas sessões, descobrir talentos em usuários de droga e apoiar os seus familiares. A Arte e o Bem-estar: Incentivando as Boas Práticas de Autocuidado em Saúde é o negócio de Noeli Toledo que pretende trocar saberes, arte e saúde.

O Col.eco é promovido pela Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC), em parceria com a Câmara Municipal de Coimbra, e surgiu após uma candidatura ao Portugal Inovação Social, com o objetivo de dinamizar a Baixa de Coimbra e a empregabilidade.

Nesse sentido, presta apoio a desempregados com capacitação digital e apoio individualizado na procura ativa de emprego. Existem ainda duas lojas colaborativas no espaço da Col.eco, a Vai Vem e Arte no Pano.

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FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua Adelino Veiga, 39
    3000-003 Coimbra

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