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Esta empresa de Coimbra vai ajudar a limpar o lixo espacial

A Tecnológica de Coimbra integra consórcio de nove empresas que tem como missão remover detritos na órbita da Terra.
Uma ajuda importante.

Limpar o espaço não parece ser tarefa fácil, mas tendo em conta que há mais de cinco mil objetos não funcionais a orbitar na Terra e mais de três mil satélites ativos, é mesmo necessária esta ação. É que o lixo espacial, além de colocar em perigo o ambiente, pode colidir com infraestruturas ativas. Pois bem, há uma empresa de Coimbra que integra a equipa que vai fazer esta limpeza.

Primeiro é preciso definir o que limpar. Recentemente, a Agência Espacial do Reino Unido determinou a remoção de dois satélites inativos da órbita da Terra há mais de dez anos. Para esta missão, denominada CLEAR, foi escolhido o consórcio ClearSpace, que conta com nove empresas, entre elas a conimbricense Critical Software. 

A Tecnológica vai fornecer os seus serviços especializados para o controlo dos equipamentos e para a deteção e recuperação de falhas dos sistemas. Os satélites estão a ser localizados a 700 quilómetros de altitude, pondo em perigo o ambiente e a segurança de outros satélites ativos. Se não forem retirados do espaço podem permanecer em órbita durante um século.

Com este processo, a Critical Software e a ClearSpace pretendem “criar novas formas de remover o lixo espacial, reduzindo o risco de colisões com infraestruturas espaciais ativas subjacentes a muitos sistemas críticos, tais como transportes, serviços de Internet, monitorização das alterações climáticas e previsões meteorológicas”, adianta a tecnológica em comunicado.

“Estamos entusiasmados por nos juntarmos ao ClearSpace como parte deste consórcio pioneiro. Há mais de cinco mil objetos não funcionais a orbitar na Terra e mais de três mil satélites ativos. Com a densidade deste tráfego espacial a aumentar, a remoção destes objetos é cada vez mais importante para ajudar a proteger os satélites de colisões. Trabalhando em conjunto com o nosso escritório no Reino Unido, queremos ajudar a abrir caminho para uma era em que o espaço é mais sustentável, eliminando o risco crescente de detritos ameaçarem os satélites dos quais tantos sistemas críticos dependem”, afirma Rodrigo Pascoal, business development manager da Critical Software.

“Temos a honra de trabalhar com a Agência Espacial do Reino Unido para melhorar a segurança e sustentabilidade das nossas órbitas. Estamos entusiasmados por trabalhar com a Critical Software na Missão CLEAR e entusiasmados para presenciar a sua experiência de ponta em software para naves espaciais, à medida que enfrentamos juntos o desafio da limpeza de destroços espaciais”, refere Rory Holmes, diretor executivo da ClearSpace UK. 

Em outubro de 2021, a Agência Espacial Britânica adjudicou ao consórcio ClearSpace a realização de um estudo de viabilidade para esta missão de remoção de, pelo menos, dois satélites abandonados de órbita terrestre baixa (LEO). Neste estudo, os membros do consórcio e a Critical Software exploraram diferentes cenários da missão, definiram os requisitos e selecionaram as tecnologias necessárias para a implementação da missão. Em março deste ano completaram esta fase e foi adjudicado um novo contrato para passar à fase de conceção da missão, que durará até ao final de 2023.

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