A tradição da Feira dos Lázaros está de regresso a Coimbra este domingo, 26 de março. Esta iniciativa decorre no penúltimo domingo da Quaresma — domingo de Lázaros — e pretende recriar uma feira promovida pela população “salatina” da Alta antes das demolições ocorridas nos anos 40 e que deu origem ao polo principal da Universidade de Coimbra.
Até ao início dos anos 90, a Feira dos Lázaros foi sempre organizada pelo Grupo Folclórico da Casa do Povo da Universidade de Coimbra, mas um diferendo levou a que este grupo desse origem a duas novas formações: o Grupo Folclórico da Universidade de Coimbra e o Grupo Folclórico de Coimbra. Os dois mantiveram a tradição, só que em locais diferentes: o Largo D. Dinis, em pleno centro da Universidade de Coimbra, e no Bairro de Celas.
Apesar de terem o mesmo nome, as feiras apresentam particularidades diferentes. Apostam, acima de tudo, na revitalização das tradições antigas, defendendo os valores da cultura popular e a preservação das tradições de Coimbra, através de recriações que assentam no rigor histórico e na autenticidade. Os elementos que se encontram atrás das bancas estão sempre trajados a rigor.
Em plena zona central da Universidade de Coimbra, é possível encontrar produtos iguais aos que se vendiam na época, tais como doces, brinquedos e os “Lázaros” (pássaros feitos de massa e farinha, enfeitados com penas, que os doentes de lepra faziam e vendiam a quem os visitava para angariar alguns tostões).
No Bairro de Celas — local para onde se mudaram tantos “salatinas” da velha Alta —, as bancas são compostas por doces característicos de Coimbra, brinquedos de madeira, bolas de serrim, rebuçados, raminhos de alecrim e os “Lázaros”. A antiga “Tasca do Amadeu”, que apela à degustação das sopas e petiscos caseiros, e a “Roleta das Crianças” estão garantidas.
A novidade deste ano é a mostra da confeção de brinquedos antigos. As duas feiras realizam-se entre as 10 e as 18 horas de 26 de março, sendo ponto de passagem obrigatória durante todo o dia.