Poucos se apercebem, mas o lixo tem um custo. Atualmente, a taxa referente aos resíduos sólidos e urbanos produzidos nas nossas casas está incluída na fatura da água. No entanto, a partir de 2030, esta situação irá alterar-se e seremos efetivamente cobrados pelos serviços de gestão de resíduos de forma separada.
“A cobrança dos serviços de gestão de resíduos deixará de estar associada ao consumo de água e passará a refletir a quantidade de lixo produzido”, anunciou a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) na quinta-feira, 23 de janeiro.
Durante um encontro nacional promovido pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Vera Eiró, presidente do concelho de administração da ERSAR, admitiu que serão implementadas outras mudanças a implementar nos próximos cinco anos. Uma dessas medidas irá refletir a importância da repartição de custos, destacando o papel do produtor de resíduos para “assegurar que a tarifa municipal não inclua os encargos da responsabilidade alargada do produtor”.
Além disso, está prevista a implementação da recolha e tratamento seletivo de biorresíduos, o que terá um impacto na tarifa e no cumprimento das metas estabelecidas no Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU) até 2030.
Vera Eiró reconheceu que “a tarifa terá um aumento bastante significativo até 2030”, acrescentando que “a tarifa dos resíduos indiferenciados irá subir, mas, se tudo correr bem, a quantidade de resíduos indiferenciados deverá diminuir”. Ficou ainda decidido que serão tomadas medidas e feitas campanhas de sensibilização para envolver a população e incentivar à reciclagem e diminuir a produção de resíduos.