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A semana de férias em Marrocos que se tornou num pesadelo para 52 portugueses

O grupo de viajantes ficou chocado com a falta de higiene do resort de cinco estrelas. A maioria acabou por ficar doente.
Um pesadelo.

Tinha tudo para ser umas férias tranquilas em Marrocos, num resort de cinco estrelas na cidade de Al Hoceima, mas a semana transformou-se num autêntico pesadelo para os mais de 50 portugueses que escolheram este local para passar férias. A maioria dos elementos do grupo (48 dos 52) chegaram a casa doentes, já para não falar das faltas de condições do hotel e da falta de apoio por parte da Abreu, a agência com quem marcaram a viagem.

“Toda a equipa que foi neste pacote de férias sofreu de gastroenterites, desarranjos intestinais”, contou à TVI, João Castro Lopes, um dos turistas portugueses que viajaram para Marrocos.

Com uma pontuação de 7,5 estrelas no Booking, as imagens do Radisson Blu Resort Al Hoceima pareciam reunir todos os elementos para umas férias de sonho, mas assim que o grupo chegou ao hotel percebeu que não era bem assim. 

O pesadelo começou logo à chegada, por volta das duas manhãs. Cansados da viagem do avião, àquelas horas tardias, tudo o que queriam era ir para o quarto descansar. No entanto, quando chegaram à receção para fazer o check-in, os portugueses, que viajaram todos no mesmo voo, receberam a pior notícia possível. 

“Fomos informados que não havia mais quartos para aquele grupo, que tinha em comum viagens adquiridas através da agência Abreu”, explicou Helena Silva, que estava ao lado do pai quando ele se sentiu mal por estar tanto tempo à espera numa receção que “nem tinha o ar condicionado ligado”.

Ao longo da noite foram atribuídos quartos a alguns elementos do grupo, mas até esses voltaram para trás. “Abrimos a porta e o quarto estava ocupado. Estavam pessoas a dormir, meias espalhados pelo chão”, disse João Castro Lopes.

Incrédulos com tudo o que se estava a passar, tentaram contactar a agência através dos contactos que tinham sido disponibilizados, mas nenhum deles permitia fazer chamadas pelo WhatsApp. De madrugada, foram obrigados a entrar em contacto com alguém conhecido em Portugal para que ligasse à empresa a informar do sucedido.

A situação só ficou resolvida por volta das oito da manhã, quando foram finalmente atribuídos quarto para todos os viajantes — mas o pesadelo continuou. Assim que entraram nas habitações, perceberam que havia uma “falta de higiene generalizada”. Prova disso é que, ao longo dessa “semana de martírio”, 48 pessoas ficaram mesmo doentes.

No final, a Agência Abreu terá dito para para apresentarem queixa no livro de reclamações do hotel. Mas nem isso chegou a ser possível, uma vez que o Radisson Blu Resort Al Hoceima não tinha o documento oficial. “De resto não houve qualquer resposta formal da Abreu”.

A agência, segundo a TVI, está a tentar recolher informações por parte do resort e da equipa, para depois poder gerir a situação caso a caso.

No Booking, os comentários não parecem ser tão negativos, embora existam algumas críticas, também relacionadas com o check-in. “A gerência e a receção deste hotel são um desastre. Chegámos com uma senhora idosa com dificuldade para andar, mas recusaram-se a deixar-nos chegar mais perto. O processo de check-in levou horas, sem nenhum senso de responsabilidade da equipa”, escreveu um dos utilizadores.

Outro viajante que escolheu este hotel como destino de férias enfatizou o tempo de espera no momento de check-in, reforçando que a equipa se recusou a dar-lhes o quarto com varanda que tinham reservado na plataforma. “A experiência gastronómica fica consideravelmente aquém do padrão cinco estrelas. Há problemas na limpeza, qualidade e variedade das refeições”, sublinhou.

Inaugurado em 2021 e com mais de 900 metros quadrados, o Radisson Blu Resort Al Hoceima, que costuma fazer parte dos pacotes das agências de viagens para esta localidade em Marrocos, tem regime tudo incluído e conta com 432 quartos. O resort de cinco estrelas dispõe ainda de três piscinas exteriores (uma delas para criança) e uma interior, situada na zona do spa The Rosemary, com cerca de dois mil metros quadrados. É um dos maiores da cidade e oferece banho turco, saunas e salas de tratamento.

A unidade hoteleira tem ainda acesso direto à praia Sfiha, onde se encontra um bar de apoio e espreguiçadeiras. Apesar dos sete bares e restaurantes, a oferta gastronómica não parece ser a melhor e é uma das principais críticas no Booking. “Acreditem nos comentários: a comida é realmente horrível. Não há restaurantes sem ser buffet, que está sujo com comida misteriosa e sem tempero. Nunca vi tanta comida desperdiçada”, lê-se na plataforma. 

Quanto aos preços da estadia, rondam os 355€ por noite. Carregue na galeria para ver as fotografias do hotel.

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