Em Portugal, o consumo de amendoim é bastante popular, especialmente como snack salgado. A par com o tremoço, esta oleaginosa — ao contrário do que muitos pensam, não é um fruto seco — é habitualmente servida como acompanhamento de bebidas, sobretudo cerveja.
Muito associado a bons momentos passados entre amigos, o amendoim tem também uma lista longa de benefícios para a sua saúde. Ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue e a acelerar o metabolismo, sendo um bom aliado dos processos de perda de peso. A leguminosa originária da América do Sul pode ser consumida de múltiplas formas — ao natural, torrado, com ou sem sal, entre outras (umas mais saudáveis do que outras).
“O amendoim é um excelente alimento, pois é uma boa fonte de minerais, vitaminas e fitoquímicos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias”, destaca a nutricionista Lilian Barros, que dá consultas presenciais na sua clínica ou online.
Em Portugal, o pioneiro na cultura desta leguminosa foi o grupo Torriba. Em 2011, avançaram com a produção no Ribatejo, numa área que chegou a ocupar 800 hectares. “Decidimos iniciar esta cultura porque um cliente, que é grande consumidor de amendoim, tinha interesse e criou as condições necessárias para podermos produzir de forma rentável”, explicou o administrador da empresa, Gonçalo Escudeiro, à NiC.
Com uma produção totalmente mecanizada, esta cultura não requer muita dedicação porque não necessita de rega diária, nem de adubo. Um solo arenoso é o suficiente para a semente desenvolver ao longo de cinco meses, preferencialmente com temperaturas superiores a 18 graus.
“A vantagem desta plantação é que se pode fazer em extensão agrícola, melhora os solos por ser uma leguminosa e permite fazer rotação com outras culturas tradicionais da região, como o milho”, salienta o responsável.
Em 2019 decidiram acabar com a cultura de amendoim por não conseguirem desinfetar a semente de forma eficiente, devido aos elevados preços das ferramentas e à falta de produtos homologados na Europa. Atualmente, os principais produtores mundiais são a China, Índia e os EUA. Curiosamente, a leguminosa foi introduzida no continente europeu no século XVIII e foram os colonizadores portugueses e espanhóis que a espalharam pelo resto do mundo.
Uma das principais mais-valias do amendoim é o seu elevado teor em proteína — cerca de 25 gramas por cada 100 — sendo um alimento proteico relativamente barato, comparativamente a alimentos de origem animal, como a carne, peixe e ovos. É também rico em minerais como o ferro, magnésio, fósforo, potássio e zinco, e em vitaminas E, B3 e B6.
A regulação do colesterol também faz parte das suas qualidades, através do resveratrol, ácidos fenólicos, flavonoides e fitoesteróis presentes. Estas substâncias “possuem um elevado potencial antioxidante e anti-inflamatório, muito importantes na luta contra os radicais livres de oxigénio que parecem estar na base da doença cardiovascular e oncológica”, sublinha a nutricionista.
Em 100 gramas da leguminosa estão concentradas 589 calorias, das quais 10,1 gramas de hidratos de carbono, 25,4 gramas de proteína, 4,8 gramas de açúcar e 8,8 gramas de fibra.
Para os adeptos de desporto também há boas notícias. O seu consumo regular promove o fortalecimento dos músculos e aumenta a resistência muscular, por isso da próxima vez que for ao ginásio não se esqueça de acrescentar a leguminosa ao seu batido de proteína.
Os amendoins podem ser adicionados a várias receitas, como saladas e salteados, e também podem ser transformados em pasta. Lilian Barros sugere acrescentar uma colher como topping ao iogurte, papas de aveia, batidos ou smoothies.
Contudo, convém não esquecer que o amendoim é um dos principais alergénicos. Regra geral, os sintomas surgem nos primeiros anos de vida, por isso, a introdução deste alimento no regime alimentar dos miúdos requer especial atenção. O facto de se tratar de uma oleaginosa faz com que não seja recomendável a pessoa com problemas graves de acne, uma vez que pode contribuir para aumentar os níveis de oleosidade da pele.
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