O sexo devia depender da espontaneidade e do acaso, mas de acordo com os especialistas, há alturas do ano em que o desejo sexual aumenta. E isso influencia tudo. O aumento da libido deixa qualquer pessoa com mais vontade e predisposição para um momento erótico.
Há quem não resista a um bom romance tórrido de verão, mas os mais antigos sempre disseram que o amor andava no ar na Primavera. Embora tenha partido da sabedoria popular, parece que afinal há um fundo de verdade. Fernando Mesquita admite que “embora não exista uma evidência científica que comprove que haja um impacto das mudanças das estações nas pessoas, porque cada um tem as suas particularidades, há algumas situações que podem favorecer o desejo sexual”.
“A meteorologia pode ser um género de catalizador”. Desde o equinócio da primavera, os dias estão a ficar mais longos. A maior exposição à luz solar espoleta a nossa produção de serotonina, uma substância que melhora o humor. E as pessoas felizes tendem a ter mais desejo sexual. E a subida da temperatura também ajuda. Assim que começa a ficar mais calor, as roupas tendem a encurtar e há uma maior quantidade de pele à mostra, o que desperta um maior interesse.
Há outra mudança que também pode também influenciar a libido: a da hora O nosso corpo é regulado pelo ritmo circadiano, ou seja, as mudanças do corpo em relação à luz solar. Isto explica, por exemplo, porque temos mais facilidade em dormir à noite do que durante o dia. “Com a mudança para o horário do verão, os dias ficam mais compridos e temos mais tempo para nos dedicarmos a atividades que nos dão prazer. Isso isso acaba por diminuir o stress, que é um inibidor sexual”, sublinha o especialista em sexologia.
Em algumas pessoas, a primavera influencia também produção de testosterona, a principal hormona sexual, responsável pela regulação do desejo. Os níveis da testosterona podem variar de pessoa para pessoa. Quando a presença da hormona no organismo é alta, isso resulta num aumento da libido.
Mas os motivos não se ficam por aqui. Durante os meses de primavera, os ginásios e os parques enchem de pessoas que adoram treinar. Segundo Fernando Mesquita o exercício físico “contribui para o aumenta a libido ao libertar endorfinas e melhorar a autoconfiança”, o que tem também impacto na disponibilidade para o sexo.
O frio diminui a libido?
Durante o outono e o inverno temos a desculpa perfeita para ficar em casa, na ronha, a ver filmes. Se para algumas pessoas isto significa mais disponibilidade para a sedução, para outras a preguiça torna-se o maior inimigo.
Nos meses mais cinzentos dos ano acabamos por andar mais deprimidos, irritados e ansiosos e isso influencia o nosso apetite sexual. Estas são também as estações de excelência da depressão sazonal. O sexólogo afirma que: “os sintomas associados a esta perturbação também podem diminuir a libido”, e acrescenta que “este estado de desânimo pode levar a uma redução da atividade física e social, o que por sua vez contribui ainda mais para a falta de desejo sexual”.
As caraterísticas de cada estação do ano podem influenciar o apetite e este revê-se não só no sexo a dois. No caso da masturbação é igual. “O desejo sexual não pode ser avaliado pela frequência com que se faz sexo”, destaca o sexólogo. “As pessoas podem ter muita vontade, mas não têm disponibilidade. O efeito da libido é muito cerebral e focado em fantasias. Por isso é que quando este diminui é aconselhado a ver mais conteúdos eróticos.”
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