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O sal e o açúcar podem vir a causar mais mortes em Portugal do que o tabaco

Face a esta realidade preocupante, a DGS traçou metas para travar a pandemia da obesidade e promover a dieta mediterrânica.
É importante para a saúde.

O excesso de peso e a alimentação inadequada estão associadas a graves problemas de saúde. Novos dados estimam que podem mesmo vir a causar mais mortes em Portugal do que o consumo de tabaco. Esta é uma tendência que a Direção-Geral da Saúde (DGS) quer travar até 2027. Para isso traçou alguma metas, partilhadas este domingo, 16 de outubro, no Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) para 2022-2030. Estas incluem a redução do sal em 10 por cento e do açúcar em 20 cento até à data proposta.

No documento divulgado a autoridade de saúde aponta que a alimentação inadequada é uma das principais causas evitáveis das doenças crónicas não transmissíveis, como a obesidade, doenças oncológicas, diabetes tipo 2 e doenças cérebro-cardiovasculares. E sublinha ainda que contribuíram “para 11,4 por cento da mortalidade, no ano de 2019” registada no País.

Esta situação tende a agravar-se e, segundo estimativas citadas pela DGS, nos próximos anos “a alimentação inadequada pode vir a ultrapassar o tabaco no ranking dos fatores de risco modificáveis que mais condicionam a carga da doença a nível nacional”.

As metas a atingir

O plano traçado apresenta como objetivos reduzir o teor de sal, em pelo menos 10 por cento até 2027, nos alimentos que mais contribuem para a ingestão de sal na população portuguesa, reduzir o teor de açúcar em pelo menos 20 por cento e ainda disseminar o conhecimento sobre os princípios e benefícios da dieta mediterrânica entre a população portugues.

A DGS quer, da mesma forma, aumentar a percentagem de consumo de pelo menos 400 gramas de fruta e hortícolas por dia (g/dia) em adultos, miúdos e adolescentes, reduzir o consumo de carne, de alimentos ultraprocessados e de refrigerantes e outras bebidas açucaradas, sobretudo entre os mais novos.

Aumentar a taxa de aleitamento materno exclusivo até aos seis meses para, pelo menos 50 por cento, e a proporção de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com acesso a, pelo menos, um recurso de aconselhamento breve para a alimentação saudável são outras das metas traçadas no PNPAS até 2030 e que entra esta segunda-feira, 17 de outubro, em fase de consulta pública.

A DGS considera que este é o momento mais oportuno para se focar “no reforço da ação ao nível do sistema de saúde e da prestação de cuidados de saúde”. O objetivo é “conseguir, até 2030, travar o crescimento e reverter a tendência na prevalência da obesidade em adultos” e “reduzir a prevalência do excesso de peso e da obesidade em crianças e adolescentes em pelo menos 5 por cento”, conclui.

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