O verão ainda não chegou e já só pensamos em fórmulas mágicas para ter um corpo perfeito. A contagem decrescente começou e as notícias que temos não são as melhores: faltam menos de seis meses para começar a despedir-se das várias camadas de roupa. Quando o desejo é emagrecer, não é preciso procurar super alimentos exóticos e com nomes esquisitos para acrescentar à dieta. Há um, aliás, que deve conhecer bastante bem e que está à venda durante todo o ano nos supermercados. Pode tomar nota: o feijão.
Esta quinta-feira, 23 de fevereiro, foi publicado um estudo — “Obesidade: tirar o feijão da dieta pode aumentar em 20% o risco da doença” — que chegou precisamente a essa conclusão. A investigação, realizada por investigadores do programa de pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) constatou que a exclusão dessa leguminosa na dieta está associada ao ganho de peso e ao desenvolvimento de obesidade.
“Por outro lado, o consumo regular de feijão, em cinco ou mais dias da semana, apresentou fatores de proteção no desenvolvimento de excesso de peso (14%) e obesidade (15%)”, lê-se. Para obter estes resultados, os especialistas recolheram dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crónicas por inquérito telefónico. Os mais de 500 mil adultos da amostra foram acompanhados entre 2009 e 2019.
E quando o objetivo é perder peso, há um tipo de feijão em particular que se destaca no grupo das leguminosas. “O feijão verde é a vagem do seco, colhida antes do desenvolvimento das sementes. À semelhança de outros vegetais, a sua composição nutricional é rica em vitaminas, minerais e antioxidantes, sendo um alimento com propriedades benéficas para a saúde”, começa por dizer à NiT a nutricionista Mariana Abecassis.
“Com um sabor delicado e agradável, é um ingrediente que passa muitas vezes despercebido, mas tem propriedades realmente poderosas para o nosso corpo como os carotenos (pro-vitamina A), vitamina C e ácido fólico, o cálcio, ferro, fósforo, magnésio e potássio”, acrescenta. “Por ser rico em fibra e pouco calórico é uma ótima opção em dietas de emagrecimento”.
A especialista vai mais longe e nota mesmo que é um dos legumes que confere mais saciedade. O melhor é que apresenta um baixo valor energético: “cerca de 30 calorias por 100 gramas” — “além de ser muito rico em fibra, vitaminas e minerais”, garante-nos. A lista de vantagens não termina por aqui.
Depois de consumir esta leguminosa, o seu intestino vai agradecer, já que contribuirá para a sua regulação e para retardar a absorção dos nutrientes. Alia-se ainda a melhoria do trânsito e a eliminação da prisão de ventre (e consequentes inchaços). A eliminação da retenção de líquidos é só outro dos benefícios.
Já os carotenos são responsáveis por melhorar a qualidade da visão e por proteger a pele do envelhecimento precoce. À NiT Mariana Abecasis explica ainda que o feijão verde tem uma ação antioxidante no organismo, pela sua composição em vitamina A e C. “É por isso que ajuda a fortalecer o sistema imunitário e a defender as células contra a ação dos radicais livres”.
Pobre em gorduras, o feijão verde é rico em vitamina K, K1 e K2, o que faz dele um poderoso antioxidante lipossolúvel que previne o colesterol. O seu consumo diário previne a osteoporose, reduz o risco de diabetes tipo 2, de doenças cardiovasculares e hipertensão. Diminui ainda a frequência das enxaquecas e alivia os sintomas da síndrome pré-menstrual. Para surpresa de muitos, protege também contra o Alzheimer.
Na cozinha é bastante fácil de utilizar: basta dar uso à imaginação. “Pode ser usado em sopas, ser cozido ou grelhado”. Apesar da cor verde ser a mais comum, também pode encontrá-lo na variedade roxa e amarela. No momento da compra, se optar pela sugestão fresca (e não pela congelada) deve escolher os que se apresentarem mais frescos e quebradiços.
O feijão verde é fresco, recém saído da vagem e pode ser preparado cozido só na água, seja com sal ou sem para ser usado em alguma receita, ou então refogar e cozinhar com algum tempero para comê-lo fora de receitas. O tempo de cozimento é baixo, inferior ao dos outros feijões, e seu caldo não engrossa como o dos outros.
Além de comê-lo quente ou em receitas, você pode usar o feijão verde para preparar saladas, enfeitar pratos, entre diversas outras formas de consumo que farão com que os seus nutrientes sejam ingeridos e aproveitados pelo seu organismo. Opções não faltam. Pode até utilizá-lo como substituto da carne.
Entre hambúrgueres e croquetes, há várias sugestões de receitas (principalmente se consideradas todas as variedades de feijão). Carregue na galeria e tome nota.