As previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para este fim de semana apontam para temperaturas estarão acima dos 30 graus — um convite claro para uma ida à praia. No entanto, é preciso cautela. No último dia do verão, no passado 22 de setembro, as praias deixaram de estar vigiadas e, por isso, há um “o risco de afogamento é elevado”. O alerta foi deixado pela Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (FEPONS) esta sexta-feira, 29 de setembro.
A FEPONS recordou que “existe uma relação direta entre a subida das temperaturas e o aumento do número de mortes por afogamento em Portugal”. No nosso País, acontecem, em média, cerca de 120 mortes anuais por afogamento. Nos primeiros seis meses do ano, já se registaram 60 mortes, todas em praias não vigiadas.
Quais são as principais causas de afogamento?
Num País com mais de 900 quilómetros de zona costeira continental (uma extensão que quase duplica se contarmos com os arquipélagos da Madeira e dos Açores) ainda existem muitas pessoas que não sabem nadar. Porém, por incrível que pareça, esta não é a principal causa dos afogamentos.
“No mar, as correntes e agueiros são responsáveis por quase 90 por cento das mortes, porque a maioria dos banhistas não sabe o que fazer”, sublinha Alexandre Tadeia, responsável da Federação de Nadadores Salvadores, aqui citado pelo “Expresso”. Nas zonas do interior do País, em barragens e rios, que todos os anos registam o maior número de afogamentos, “o maior perigo é o excesso de confiança das pessoas”, refere.
Nas zonas balneares fluviais as pessoas arriscam muito mais do que no mar, julgando que o rio é mais seguro, quando não é. “Sentem que é mais fácil nadar alguns metros, afastam-se bastante da margem e, quando dão conta, estão demasiado cansados para regressarem”, explica Alexandre Tadeia. A isto junta-se ainda uma característica da água dos rios, que é menos densa que a do mar e, por isso, é mais difícil flutuar.
A maioria dos afogamentos de miúdos acontece em piscinas privadas. Esta é, aliás, a segunda causa de morte mais comum até aos 5 anos. Isto acontece, segundo a Federação de Nadadores Salvadores, porque se aproximam da piscina para brincar e acabam por cair lá dentro. E quando não sabem nadar, nem rodar sobre eles próprio dentro de águas, acontece “uma morte silenciosa e muito rápida”.
Perguntamos a Estela Florindo da Infant Swimming Resource (ISR) qual o melhor conselho que pode dar aos pais, além da aprendizagem destas técnicas. A resposta não tardou e foi bem clara: “Não utilizem boias e braçadeiras. Quando os miúdos usam estes apoios ficam habituados à posição vertical e se um dia não as tiverem e caírem à piscina, por exemplo, não sabem boiar na horizontal”.
Para minimizar o número de acidentes, a Autoridade Nacional Marítima (AMN) recomenda que se vigiem permanentemente os miúdos; a frequência de praias permanentemente vigiadas; a utilização de calçado adequado nos acessos à praia e na utilização de apoios balneares e a respeitar a sinalização das praias.