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Boas notícias: a pílula masculina em comprimido pode estar para breve

Está a ser testado nos EUA um inibidor da mobilidade dos espermatozoides e os resultados são promissores.

A pílula anticoncecional revolucionou o mundo quando foi apresentada à sociedade na década de 1960. Passadas mais de seis décadas, a lista dos 20 métodos contracetivos da Organização Mundial da Saúde (OMS) apenas inclui dois destinados aos homens. Depois de vários anos a tentar mudar esta realidade, a esperança pode estar para breve.

A criação de um anticoncecional masculino em comprimido está em projeto há várias décadas. Porém, os esforços desenvolvidos não têm trazidos resultados definitivos. Contudo, um novo estudo, publicado esta terça-feira, 14 de fevereiro na revista científica “Nature Communications”, apresenta resultados promissores. Os investigadores encontraram um fármaco não hormonal que consegue travar uma enzima que permite a mobilidade dos espermatozóides. Os ratos utilizados nos testes ficaram temporariamente inférteis.

Ao contrário do famoso anticoncecional feminino, o novo medicamento não envolve hormonas. Segundo os cientistas responsáveis pelo projeto, essa é uma das vantagens desta descoberta, pois, se resultar, não seria necessário controlar a testosterona e nem existiram efeitos colaterais associados à carga hormonal. Em vez disso, a ação da enzima conhecida como SAC (a sigla em inglês de adenilato ciclase solúvel​) e que funciona como “interruptor da natação do espermatozoide” é inibida pelo medicamento.

No estudo inicial, realizado em ratos domésticos e financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos da América, uma única dose do medicamento, chamado TDI-11861, imobilizou os espermatozoides antes, durante e depois do ato sexual. O efeito durou cerca de três horas e, em 24 horas, parecia ter desaparecido completamente.

Uma das autoras da pesquisa, Melanie Balbach, do centro de pesquisas Weill Cornell Medicine, em Nova York, revelou, aqui citada pela “BBC”, que o projeto se mostrou promissor por ser um método anticoncecional reversível e fácil de usar.

Contudo, a pesquisa encontra-se apenas na fase inicial e são ainda necessários muitos outros testes para que o projeto avance. O próximo passo é testar o medicamento em coelhos para, mais tarde, poder ser testado em humanos.

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