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Afinal, os shots de beterraba não aumentam os níveis de ferro no sangue

Nutricionista revela que é uma ideia errada, mas o consumo deste tubérculo tem outras vantagens e benefícios.

Se não aprecia o sabor da beterraba, mas ainda assim a inclui na sua dieta, ou até bebe shots deste vegetal com o intuito de elevar rapidamente os níveis de ferro no sangue e combater a anemia, saiba que pode deixar de lado esse sacrifício. Segundo a nutricionista Lia Faria, “a ideia de que ajuda a subir os níveis de ferro é errada”.

Para entender o motivo dessa afirmação, é fundamental perceber de onde surgiu a ideia de que pode ajudar a aumentar os valores deste mineral. Faria explica que “a beterraba é um alimento de origem vegetal, e o ferro que contém é não-heme, que é menos biodisponível para absorção do que o ferro heme, encontrado em alimentos de origem animal como a carne, o peixe e os ovos”.

Adicionalmente, a nutricionista destaca que “dentro dos alimentos vegetais, a beterraba não se destaca por ter uma concentração elevada de ferro”. E detalha que “100 gramas deste tubérculo cru contêm apenas 0,8 miligramas de ferro, um valor muito baixo quando comparado a outros alimentos, como o feijão-branco cozido e as nozes, que fornecem 2,5 e 2,6 miligramas de ferro por 100 gramas, respetivamente”.

Então, para que servem os shots? 

Formulados com sumo concentrado de beterraba e podendo ter um pouco de sumo de limão ou vitamina C adicionada, a sua toma varia consoante o motivo pelo qual estão a ser consumidos.

“São uma opção interessante para desportistas que praticam desportos de longa duração, como maratonas. Isto deve-se ao seu teor elevado em nitratos”, explica. “Estes são convertidos em óxido nítrico que, por sua vez, é responsável por aumentar a eficiência das contrações musculares, aumentar a produção de energia a nível da mitocôndria e melhorar o fluxo de sangue a nível muscular”, refere Lia Faria. “Tudo isto contribui para a melhoria da performance desportiva”. 

Precisa de mais ferro? Cuidado com os lacticínios e café

Quando os níveis de ferro estão em baixo e se tenta potenciar a sua absorção, existem alguns cuidados a ter, nomeadamente no que toca ao consumo de alimentos ricos em cálcio ou cafeína.

“O cálcio dificulta a absorção de ferro não-heme, enquanto a cafeína parece afetar a absorção de todos os tipos de ferro”, nota a nutricionista. Mas isto não quer dizer que alimentos ricos em cálcio, como os lacticínios, ou em cafeína, como o café, chá-verde e preto ou o chocolate negro, tenham de ser eliminados por quem tem anemia ou níveis de ferro baixo.

“O ideal será afastar o seu consumo do momento das refeições principais, como o almoço e o jantar, uma vez que estas tendem a ser as alturas do dia em que o consumo de alimentos ricos em ferro é maior.”

Carregue na galeria e descubra cinco receitas saudáveis onde a beterraba é protagonista.

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