O Dia dos Namorados, assinalado a 14 de fevereiro, é uma data que os casais usam como pretexto para celebrar o amor, reforçar o sentimento que os une ou para fazer um programa diferente. A verdade é que encontrar um parceiro, com as características idealizadas, nem sempre é fácil, especialmente num mundo que hoje se apoia em redes sociais e aplicações de encontros.
Nesse sentido, a New in Coimbra falou com a psicóloga Ana Fidalgo, da clínica “O Teu Lugar”, que partilhou algumas dicas que o podem ajudar a navegar no mundo dos encontros.
Nos dias que correm, o ato de conhecer alguém com a intenção de dali poder surgir uma história de amor, traz um paradoxo curioso. Existem, atualmente, muitas ferramentas ao nosso dispor, principalmente digitais, como as aplicações de encontros, redes sociais, e até testes de personalidade. No entanto, muitos das pessoas sentem-se mais perdidas e desconectadas dos outros do que nunca.
À NiC, Ana Fidalgo garante que segue a mesma linha de pensamento da Esther Perel, psicoterapeuta e autora bestseller, que acredita que o caminho para encontrar o amor começou a assemelhar-se a um processo de recrutamento, com um rigoroso sistema de seleção onde os potenciais parceiros se encontram para avaliação, como candidatos a um emprego.
Por isso, faz todo o sentido explorar o chamado “CV do Amor”. Construímos listas das características que procuramos num parceiro. Será que a pessoa é emocionalmente inteligente, engraçada, ambiciosa e, ao mesmo tempo, sem bagagens emocionais do passado? Este processo é semelhante a selecionar um candidato a um emprego, onde são comparados, avaliados e, com facilidade, rejeitados.
O problema é que o amor não é uma candidatura de emprego. A conexão não é um conjunto fixo de critérios. A essa questão, acrescenta-se ainda a pressão da “performance da perfeição” estimulado pelas redes sociais, em que muitas das vezes, já não procuramos um parceiro, mas sim uma curadoria de uma identidade.
Mas não podemos esquecer-nos de que, o amor, na sua essência, é desorganizado. Exige tolerância para as imperfeições — tanto as nossas como a dos outros. Num mundo que recompensa o perfeccionismo, ainda estamos a permitir espaço para a realidade bela e imperfeita da intimidade?
Para isso, é necessária vulnerabilidade. No entanto, ao longo dos anos estabelecemos medidas de autoproteção que nos salvaguardam em caso de rejeição, o que resulta nos famosos ghosting, slow fading ou breadcrumbing.
Então, o que pode fazer para eventualmente conseguir encontrar o amor? No fim de contas, o amor não é sobre eficiência. Não é uma fórmula perfeita ou uma lista otimizada. A questão não passa por conseguir encontrar a pessoa “perfeita”, mas sim pensar se está disposto a conectar-se. Num mundo de escolhas infinitas, narrativas perfeccionistas e distanciamento digital, é preciso ousar amar de forma imperfeita.
A clínica “O Teu Lugar” nasceu da paixão de duas psicólogas em levar a melhor experiência clínica aos pacientes. Em consultas, ambas ouviam relatos perturbadores no contexto de cuidados de saúde e, por isso, decidiram abrir o seu “espaço seguro”. “Queremos trazer à saúde, nas suas várias dimensões, um cuidado humanizado, empático, autêntico e não intimidatório”, explicam Ana Fidalgo e Liliana Marques. Caso queira marcar uma consulta, pode fazê-lo online.
Carregue na galeria para saber as cinco ferramentas que pode colocar em prática para encontrar o amor a tempo do Dia dos Namorados.