“Enquanto coletivo, sinto que a humanidade está exausta”, afirma a terapeuta Sara Kuburic, num momento de reflexão sobre o ano de 2024. No entanto, este cansaço vai além dos sintomas físicos, tocando também nas áreas emocionais e espirituais. Por isso, para dar as boas-vindas ao ano que está prestes a começar, é essencial substituir a crítica interna pela gentileza e realizar alguns exercícios que irão facilitar este processo, segundo a especialista.
Para ajudar os leitores a navegar por estes sentimentos, a New in Coimbra falou com as psicólogas da clínica O teu Lugar, Ana Fidalgo e Liliana Marques, que partilham alguns conselhos sobre o que podemos fazer para começar 2025 da melhor forma possível.
O Teu Lugar nasceu da vontade das duas psicólogas em levar a melhor experiência clínica aos pacientes. Em consultas, ambas ouviam relatos “perturbadores” no contexto de cuidados de saúde e, por isso, decidiram abrir um “espaço seguro”. “Queremos trazer à saúde, nas suas várias dimensões, um cuidado humanizado, empático, autêntico e não intimidatório”, explicam as profissionais. Caso queira marcar uma consulta, pode fazê-lo online.
O começo de cada ano é visto como o início de um novo ciclo e isso é uma oportunidade preciosa. Este é o momento de olhar para o que ficou para trás e pensar no que queremos escrever nos próximos capítulos da nossa história. “Na verdade, 2025 será um caminho único nesta grande viagem da vida. Não se repetirá, e o que cada pessoa vive dependerá de como decide agir face às circunstâncias que surgirem”, explicam.
Para isso, há três passos fundamentais a seguir, baseados nos princípios de coaching. O primeiro passa pela visualização. “Comece por fechar os olhos e imaginar um caminho. Pode ser umas escadas, estradas ou uma ponte que atravessa o tempo. O percurso leva-o até aos próximos 10 anos de vida. Agora coloque-se no ponto final dessa jornada”, começam por aconselhar.
O que deverá ter em mente é como responde às seguintes questões: “O que vê?”, “Quem está consigo?”, “Há alguma cor que se destaca?”. Tudo isto serve para mergulhar nos desejos interiores e subconscientes e permite-lhe agir em conformidade com isso. Depois desse exercício está pronto para avançar.
Segue-se a resposta às questões: “O que significa felicidade para si?”, “O que acha que merece?”, “O que fizeste para conquistá-lo?”, “Quem mais beneficia da sua felicidade?”, “O que oferece em troca?”.
A partir aqui, já é possível despedir-se de 2024 com mais clareza, referem as profissionais. Afirmam que, muitas vezes, durante o ano, vivemos em “piloto automático”, o que leva a uma desconexão connosco próprios. Não se trata de rotular o ano como bom ou mau, mas de reconhecer o que este nos trouxe. Em vez de “falhas”, vemos sucessos alcançados e sucessos pendentes. Ambos têm valor, pois refletem decisões, esforços e aprendizagens.
Para isso, escreva num papel os sucessos e o que conseguiu alcançar este ano. A par disso, coloque ainda os sucessos pendentes e permita-se examinar o que ainda não foi concluído e se faz sentido levar esse objetivo consigo para os próximos meses.
Quando planeamos o futuro, é vital que todas as áreas — num plano físico, mental, emocional e espiritual — estejam alinhadas, uma vez que planeamentos fragmentados geram conflitos e resultados desalinhados com o que realmente valorizamos. Nesse sentido, as psicólogas aconselham a definir ações concretas e prazos realistas, assim como a celebração de objetivos alcançados, identificando recursos e como poderá realizar aquilo a que se propõe.
Apesar disso, é importante lembrar que “nem tudo precisa ser urgente. Priorize o que é importante, no meio de tudo aquilo que precisa fazer — essas são as ações que realmente o levarão adiante, sem pressão excessiva. E, claro, inclua momentos de pausa e autocuidado”, aconselham.
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