No mundo artístico é conhecido como VSP AST, que lê-se “vespa asiática”, mas Fernando Manuel é bem português. O jovem, de 25 anos, é natural de São Martinho do Bispo, em Coimbra, e tem estado estado no radar dos jovens da cidade. Este ano estreou-se no palco secundário da Queima das Fitas, num concerto lotado, e promete continuar a dar que falar.
Apesar de ser um nome invulgar, VSP AST foi a primeira escolha de Fernando para mostrar ao público a sua faceta artística. “O meu avô materno deixou-me uma Vespa, que ainda estou a tentar recuperar. Além disso, um dos meus desenhos animados favoritos sempre foi a ‘Abelha Maia'”, explica. A estes fatores, juntou-se o surgimento de vespas asiáticas em Portugal. Para tornar o nome mais apelativo, a solução foi defini-lo apenas pelas iniciais. Assim nasceu o VSP AST.
O gosto pela música, esse, já é antigo. Começou com um presente inesperado da avó materna que lhe deu um violino. “Mais tarde, entrei no Conservatório de Coimbra, onde fiquei até ao 11.º ano e explorei os sons da guitarra e contrabaixo”, explica à NiC. Ao longo do percurso, ia também trocando ideias com amigos sobre as primeiras músicas.
Ao experimentar vários sons e tentar compreender o que fazia sentido para o seu perfil musical, acabou por se inspirar em vários artistas como Machine Gun Kelly, XXX Tentacion, Juice Wrld e Lil Peep, assim como bandas icónicas como Nirvana, Green Day ou Linkin Park.
“Para mim era essencial criar a própria essência enquanto artista. No começo, com os meus amigos, juntámos os materiais que cada um tinha e montámos um estúdio em casa, gravávamos dentro do armário”, relembra o artista. Nessa altura, a música ocupava um papel secundário, já que o jovem decidiu ingressar no curso de Gestão de Empresas, em Coimbra. No entanto, durante a pandemia, as prioridades mudaram.
“Em 2020, fiquei mais desperto para o que os artistas portugueses estavam a lançar e apercebi-me de existia uma grande lacuna ainda por explorar”, confessa. “Faltava muita essência, espontaneidade e genuinidade. Na música é necessário não ter medo do que possa acontecer e de ser diferente. Na minha opinião, um bom artista é livre de fazer o que quiser sem se sentir preso”, afirma o jovem músico. Acabou por congelar a matrícula na faculdade. “Não queria ter um plano B, quero que dedicar-me 100 por cento à música e saltar de paraquedas”, confessa.
Apesar de ter tomado a decisão artística de sair de Coimbra e partir para Lisboa, em fevereiro deste ano, Fernando explicou à NiC que o plano é regressar à cidade que o viu crescer. “Acredito que deviam existir mais oportunidades fora das grandes cidades e quero trazer um impacto positivo a Coimbra”, sublinha.
“A Queima das Fitas foi um momento muito importante para mim. Apesar de estar a atuar em casa, onde o público me conhece melhor, senti que consegui transmitir uma boa energia e criar uma ligação com o público. Foi nesse momento que senti que a música tinha mesmo pernas para andar”, salienta. Para o próximo ano, o objetivo é continuar a fazer chegar o seu talento a outros palcos em Portugal.
Depois de editar os temas “Aguarela”, “Road Trip” e “Tarde Livre”, segue-se o novo single “Cabeça na Lua”, que conta com produção de Filipe Survival. Neste tema, o artista tenta decifrar o significado da palavra cativar. “Juro que ninguém me vai mandar abaixo”, diz a letra, que reforça a importância da autoestima e determinação.
O videoclipe é inspirado no clássico literário “O Principezinho”, onde podemos ver o artista num Planetário a questionar o significado de criar laços, através de uma “cena poética” que reflete as suas ligações emocionais. “A letra explora o facto de estar sempre com a cabeça na Lua, faço o que me apetece e, se errar, a culpa é minha”, garante.
VSP AST pretende lançar o primeiro álbum no próximo ano. “Podem esperar uma exploração diferente de sons e letras fora do comum. Ao mesmo tempo, também não podem esperar nada porque acredito que sou imprevisível”.