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“Que te seja leve o peso das estrelas” para ver no Centro de Arte Contemporânea

Exposição conta com obras de Helena Almeida, Jorge Molder e Julião Sarmento, entre outros, e pode ser visitada até janeiro.
Markus Oehlen, na Coleção Arte Contemporânea do Estado.

Um verso do poeta conimbricense Al Berto dá título à mais recente exposição patente no Centro de Arte Contemporânea de Coimbra (CACC). “Que te seja leve o peso das estrelas” conta com obras de prestigiados nomes, com destaque para a artista plástica Helena Almeida.  

“A exposição ganhou forma a partir da presença de um número significativo de peças de Helena Almeida detetadas na investigação às obras desta coleção privada e que, desde logo, poderiam entrar em relação com outras obras da autora na Coleção de Arte Contemporânea do Estado. Será a obra desta artista que marca as ideias centrais da exposição: o lugar/casa, o processo criativo e o corpo como intermediário”, explica o curador José Maçãs de Carvalho.

Além de trabalhos de Helena Almeida, em exibição estão peças da Coleção de Arte Contemporânea da Câmara Municipal de Coimbra e da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, em depósito no CACC. A exposição junta, assim, em diálogo, a arte de Adrian Ghenie, Carla Cabanas, Jake Wood-Evans, Jorge Molder, Julião Sarmento, Lourdes Castro, Markus Oehlen, Muntean&Rosenblum, Noé Sendas, Rui Chafes e Teresa Murta.

“Reunimos obras com uma expressividade expectante que, por vezes, nos parecem ainda em processo, inacabadas na sua narratividade, plenas de manchas disformes ou geometrias corporais”, adianta José Maçãs de Carvalho, sublinhando que, formalmente, muitas das peças “contêm uma certa ambiguidade em relação à pureza dos géneros: a fotografia parece documento de performance, o desenho parece fotografia, a fotografia é pintada e a escultura podia ser pintura ou desenho”.

Em comum, todas as obras têm a mesma ideia central: “casa, ou melhor, a forma como a ideia de habitar pode ser projetada em outros lugares, como o atelier do artista, o atelier como lugar onde se manifesta a transformação e a mudança, da ideia à forma ou à metamorfose”, refere também o curador. 

“Será, então, a partir de uma atmosfera processual e de uma vontade de pertença ao lugar da criação que surgem muitas das obras presentes, nas quais o corpo é matéria primordial”, esclarece. E é aí que entra a ligação a Al Berto, nascido em Coimbra, em 1948, e para quem o corpo é também “matéria primeira”. O poema que empresta o nome à exposição faz-lhe um apelo logo de início: “corpo/que te seja leve o peso das estrelas/e de tua boca irrompa a inocência nua/dum lírio cujo caule se estende e/ramifica para lá dos alicerces da casa”. 

“Que te seja leve o peso das estrelas” pode ser vista até dia 22 de janeiro do próximo ano, no horário habitual do CACC: de terça a sexta-feira, das 10 às 18 horas; ao sábado e domingo, das 10 às 13 e das 14 às 18, encerrando à segunda-feira e feriados.

O bilhete geral custa 3€, para crianças até aos 12 anos, a entrada é gratuita. Os estudantes têm desconto e só pagam 2,5€. Há ainda preços especiais para famílias e para grupos.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Largo do Arco de Almedina, nº 11
    3004-509 Coimbra
  • HORÁRIO
  • De terça a sexta das 10h às 18
  • Sábado, domingo e feriados das 10h às 13h e das 14h às 18h
  • Encerra à segunda

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