O fotógrafo de Coimbra Pedro Medeiros começou a fotografar pedaços de natureza que apanhava nas suas caminhadas, como flores, sementes e frutos, em 2013. O resultado surge agora na exposição “The Pencil of Nature”, patente na Science Photo Gallery, no Exploratório — Centro de Ciência Viva de Coimbra, e que é também uma homenagem ao autor do primeiro livro, alguma vez publicado, com fotografias.
“Apanho-os instintivamente. Levo-os para casa. Fotografo-os, lentamente, sem calendário. Depois de os fotografar devolvo-os novamente à natureza”, a descrição é de Pedro Medeiros, que fala de flores, plantas, frutos, sementes, penas de aves e pedaços de árvores que recolhe.
A exposição, de entrada livre, é composta por 18 imagens e, segundo o autor, é “uma representação fotográfica das formas originais da natureza”. Mas se pensa que esta é uma experiência meramente contemplativa, desengane-se. O objetivo é levar o visitante a uma “reflexão sobre a sexualidade, a vida, a morte, a mutação e a manipulação, sobre a consciência do que é efémero e do que é perene”, explica o fotógrafo, de 53 anos.
“A natureza é um todo (em movimento contínuo), saibamos fazer parte da sua escrita”, é esta a premissa de que parte a nova exposição na Science Photo Gallery do Exploratório. Mas se a natureza é o ponto central, ela não surge em estado bruto, mas antes interpretada e apropriada pelo olhar de Medeiros.
Com este conjunto de imagens, o fotógrafo quer também prestar homenagem ao cientista, pioneiro da fotografia, William Henry Fox-Talbot (1800 — 1877) e à sua obra “The Pencil of Nature”, publicada entre 1844 e 1846. Este livro foi a primeira oportunidade que muitos tiveram de ver uma fotografia pela primeira vez.
Pedro Medeiros é fotógrafo freelancer desde 1999. Viveu e trabalhou em Londres, Inglaterra, entre 1999 e 2001, e em Quioto, Japão, entre 2015 e 2017. Expõe desde 1997, tendo realizado exposições em Portugal, Brasil, Espanha, Itália, Inglaterra, Estados Unidos da América, Grécia, Ucrânia e Japão.