Chama-se Marisa Isabel Lopes Mena, nasceu em Coimbra e aqui viveu até aos 20 anos. No passado sábado, 11 de março, o seu alter-ego Mimicat tornou-se mais conhecido de todo o País com a vitória no Festival RTP da Canção 2023. Uma conquista que, segundo a cantora-compositora, vai ajudar a sua carreira a dar o salto que ela tanto desejava.
Mas o que fez Mimicat até chegar aqui? Marisa Mena começou a cantar quando estudava na Escola EB1 de São Martinho do Bispo, em Coimbra. Na parte final do 1.º ciclo, quando tinha nove anos, lançou um disco com o nome de “Isamena”. As escolas EB 2,3 Inês de Castro e Secundária D. Duarte fizeram parte do percurso escolar. Tentou editar outro disco, mas apesar das gravações “nunca chegou a sair nada”. A entrada no ensino superior deu-se através do curso de Engenharia do Ambiente na Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC).
Os dois primeiros anos do curso correram bastante bem. Fez muitos amigos através da praxe académica, apesar de não se identificar muito “com a vivência académica”. No 3.º ano do curso, “caiu a ficha”. “Foi, nesse momento, que percebi que não queria nada daquilo para a minha vida e decidi mudar de curso”, conta à New in Coimbra.
A aposta recaiu no curso de Som e Imagem da Escola Superior de Arte e Design no Instituto Politécnico de Leiria. A escolha levou-a a ter de se mudar para as Caldas da Rainha.
Isamena e Casino Royal
A “Isamena” lançou um disco aos nove anos e participou em 2001 no Festival RTP da Canção. A primeira grande experiência no mundo da música acontece quando se tornou vocalista e compositora da banda The Casino Royal durante oito anos. Já a morar em Lisboa, a artista decidiu dar um novo impulso na carreira com a criação da Mimicat. O nome resulta da junção das duas alcunhas da cantora: “as madrinhas da minha família têm a alcunha de Mimi e o Cat tem mais a ver com a minha pessoa”.
Até à vitória do passado dia 11 de março, a cantora-compositora lançou dois discos: “For You” (2014) e “Back in Town” (2017). Foi mãe e, em 2021, voltou às composições. “Mundo ao contrário” foi o tema escolhido para regressar, até que no final do ano passado decidiu submeter a música “Ai, coração” ao Festival RTP da Canção 2023. A letra de Marisa Mena e Luís Pereira e música de Marisa Mena passou à final e foi a mais votada do público, o que lhe valeu a vitória e viagem até Liverpool em maio.
Coimbra e Mimicat
As duas décadas em que viveu na cidade de Coimbra marcaram Marisa Mena, “Isamena” e, agora, “Mimicat”. “Foi nessa cidade que comecei a construir tudo aquilo que eu sou enquanto artista”, refere. Agora, a 200 quilómetros de distância, como é que a artista vê a cidade que a viu nascer. A vencedora do Festival RTP da Canção respondeu que só vem a Coimbra poucas vezes, pois “já não tem aí nenhumas ligações familiares”.
“Sempre que ando por Coimbra, vejo a cidade a evoluir bastante bem, até porque na altura em que saí foram inaugurados dois centros comerciais e a Baixa morreu um pouco. Era um bocadinho triste olhar para a Baixa. Mas, na última vez que aí fui, passei pela Baixa e fiquei muito feliz por ver a Baixinha revitalizada”, afirma.
A efervescência cultural da cidade agrada à cantora-compositora. “Coimbra sempre foi uma fonte de grandes nomes de bandas. Sempre teve muita gente talentosa. Agora, em conversa com alguns amigos, dizem-me que a situação se mantém. Isso é muito bom”, defende.
Depois de já ter atuado no Salão Brazil e no Teatro Académico de Gil Vicente, Mimicat gostaria de voltar este ano aos palcos conimbricenses. “Pode haver novidades em breve”, remata.