Mark Chavez, o médico de Matthew Perry, declarou-se culpado da morte do ator esta quarta-feira, 2 de outubro, num tribunal em Los Angeles. O protagonista de “Friends” morreu a 28 de outubro do ano passado.
Chavez, um dos dois médicos que ajudavam Perry na sua recuperação do vício em drogas, foi apontado pela investigação policial como um dos responsáveis pelo fornecimento de substâncias, incluindo cetamina, à estrela da televisão. Após confessar estar a sentir “remorsos” pelo seu envolvimento na morte de Matthew Perry, o médico aceitou um acordo com os procuradores, o que poderá resultar numa pena de prisão de até dez anos.
Outro médico, Salvador Plasencia, também está sob investigação, mas afirma que é inocente. Já Jasveen Sangha, conhecida como “a rainha da cetamina”, está a ser acusada de fornecer drogas a ambos os médicos. Plasencia e Sangha deverão ser interrogados novamente em tribunal em março do próximo ano.
Nascido a 19 de agosto de Williamstown, no estado norte-americano do Massachusetts, Perry cresceu com o sonho de se tornar jogador de ténis profissional antes de tentar atuar. Aos 24 anos, foi escolhido para interpretar Chandler, o papel que iria mudar para sempre o rumo da sua vida.
Perry foi encontrado morto no jacuzzi, na sua casa em Los Angeles, após os paramédicos serem chamados telefonicamente para acorrer a uma paragem cardíaca. Morreu devido a “efeitos agudos de cetamina”, uma medicação utilizada para alívio da dor e que induz um estado de transe.
A informação foi revelada a 15 de dezembro pelo gabinete do Médico Legista do Condado de Los Angeles: “Com os altos níveis de cetamina encontrados nas suas amostras de sangue, os principais efeitos letais seriam tanto de superestimulação cardiovascular quanto de depressão respiratória”, lia-se no relatório.
A autópsia também revelou que o afogamento, doença arterial coronária e os efeitos do analgésico buprenorfina foram fatores contribuintes, mas não relacionados com a sua morte, que foi descrita no documento como “acidental”.
“Friends, Lovers and the Big Terrible Thing” foi a autobiografia na qual deixou a sua vida pormenorizada. Publicada em novembro de 2022, inicialmente só nos EUA, a versão em português editada pela Casa das Letras chegou às livrarias a 26 de março. O livro inclui muitas histórias de bastidores da sitcom e aborda de forma profunda a luta que o ator travou contra a dependência que o fez gastar mais de nove milhões de dólares.
No mesmo livro, Matthew Perry também confessa que frequentou seis mil reuniões dos alcoólicos anónimos e entrou em reabilitação 15 vezes. E fala ainda sobre a família disfuncional em que cresceu, os rumores de romances que lhe foram atribuídos e o desejo da fama que sempre teve.