Donald Trump continua a fazer manchetes e a aplicar ainda mais tarifas. Desta vez, o alvo são os filmes e as séries. Este domingo, 4 de maio, o presidente norte-americano anunciou a aplicação de tarifas de 100 por cento sobre toda a produção cinematográfica que for feita fora do país. “A indústria nacional está a morrer muito rapidamente”, justificou o líder norte-americano através da rede social Truth Social.
A medida surge como resposta à crescente fuga das grandes produtoras de Hollywood para mercados internacionais com maiores incentivos fiscais. Entre os principais estúdios que têm preferido gravar fora dos EUA estão nomes como a Walt Disney, a Netflix e a Universal Pictures. Trump acredita que esta prática representa “um esforço concertado por outras nações” e classifica-a como “uma ameaça à segurança nacional”.
O Departamento do Comércio e outras agências governamentais já receberam luz verde para avançar com os procedimentos necessários à imposição da tarifa. “Queremos filmes feitos na América, de novo”, declarou o Presidente. O secretário do Comércio, Howard Lutnick, já garantiu que o processo está em andamento.
No entanto, permanecem dúvidas sobre a forma como esta taxa será aplicada. Não está claro se incidirá apenas sobre filmes exibidos em salas de cinema ou se incluirá também conteúdos em plataformas de streaming, nem foram revelados os critérios específicos.
A comunidade internacional reagiu de imediato. Governos como os da Austrália e da Nova Zelândia — países que serviram de cenário para produções como filmes da Marvel ou da saga “O Senhor dos Anéis” — já saíram em defesa das respetivas indústrias cinematográficas.
Este novo episódio das tarifas de Trump surge poucas semanas depois de a China ter anunciado a redução do número de exibições de filmes norte-americanos no seu território, como resposta às tarifas comerciais impostas pelos EUA a produtos chineses.
Apesar do discurso protecionista, Trump tem tentado aproximar-se de Hollywood. Em janeiro, reuniu-se com nomes como Jon Voight, Sylvester Stallone e Mel Gibson, com o objetivo de tornar a indústria do entretenimento americana “maior, melhor e mais forte do que nunca”.