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“Dahmer”: esta série da Netflix (sobre um serial killer) está a perturbar os espectadores

Estreou no final de setembro e conta a história real de um predador que cometeu crimes aterradores.
Evan Peters é o ator que interpreta o protagonista.

Chama-se “Dahmer – Monstro: A História de Jeffrey Dahmer” e é uma nova série da Netflix que estreou na quarta-feira, 21 de setembro. É mais um projeto de Ryan Murphy, criador de “Glee” ou “American Horror Story”, para a plataforma de streaming. Conta a tenebrosa história real deste serial killer que matou 17 homens e rapazes entre 1978 e 1991.

Nasceu em Milwaukee, no estado americano do Wisconsin, em 1960. Terá tido uma infância atribulada — a mãe sofria de depressão e chegou a tentar o suicídio; o pai estava sobretudo ausente. Eventualmente divorciaram-se quando Jeffrey Dahmer tinha 18 anos.

É descrito como tendo sido um rapaz sossegado e tímido. Na escola, não tinha amigos e refugiava-se nas bebidas alcoólicas. Apesar de os professores acreditarem no seu potencial, as suas notas raramente passavam acima da média. Em paralelo, desenvolveu um fascínio por ossos de animais após ter visto o pai retirar algumas ossadas debaixo da casa onde viviam.

O pai, que era químico, ensinou-o a preservar ossos. Jeffrey começou a colecioná-los — procurava insetos, esquilos ou outros animais que pudessem estar mortos à beira da estrada. Quando teve a sua primeira relação, com outro rapaz adolescente, terá tido fantasias com um parceiro submisso que envolviam a dissecação que aplicava aos animais.

Cometeu o seu primeiro homicídio três semanas depois de terminar o ensino secundário. Deu boleia a um rapaz de 18 anos, convidou-o para sua casa para tomarem umas cervejas, e acabou por o estrangular. Despiu-o, masturbou-se, dissecou o seu corpo e enterrou o defunto no quintal. Mais tarde acabaria por o desenterrar para o dissolver em ácido e esmagar os ossos.

Após alguns anos no exército, voltou à vida civil e começou a frequentar saunas associadas à comunidade homossexual para sedar e atacar outros homens. Nessa altura, morava com a avó e foi para essa habitação que passou a levar os parceiros — com a intenção de os assassinar.

A avó acabou por lhe pedir para sair de casa, devido ao seu alcoolismo e ao hábito de levar parceiros durante a madrugada, mas também devido aos odores nefastos vindos da garagem e da cave — onde Dahmer depositava as suas vítimas. Mudou-se para um apartamento em Milwaukee e continuou os seus crimes. Muitos dos seus homicídios envolviam atos de canibalismo, necrofilia e a preservação dos ossos.

Embora já tivesse sido detido várias vezes por outros delitos ao longo da vida, só em 1991 é que foi realmente apanhado pela justiça — porque uma das suas vítimas conseguiu escapar e denunciou o que tinha acontecido. Nesse mesmo dia, a polícia visitou a casa de Dahmer e encontrou pedaços de cadáveres humanos espalhados pelo seu frigorífico, congelador, armários e até na chaleira. Um ano depois foi condenado a prisão perpétua, sem possibilidade de sair da cadeia, mas na verdade também não permaneceu lá muito tempo. Em 1994 foi assassinado por outro recluso. Durante a investigação, Dahmer foi diagnosticado com uma série de distúrbios mentais.

A série de 10 episódios tem tido bastante audiência — em Portugal, ocupa neste momento o segundo lugar no top 10 das tendências televisivas da Netflix. Nas redes sociais, multiplicam-se os comentários relativamente ao teor da narrativa e aos atos hediondos de Jeffrey Dahmer. 

Há quem diga sentir-se nauseado, outros espectadores explicam que não estão a conseguir dormir, muitos admitem que ficaram algo perturbados após terem visto alguns episódios — e vários confessam que acabaram mesmo por desistir da série por causa disso.

Evan Peters é o ator que interpreta Jeffrey Dahmer. O elenco inclui ainda nomes como Richard Jenkins, Molly Ringwald, Niecy Nash, Khetphet Phagnasay, Michael Learned ou Karen Malina White, entre outros.

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