Inspirada no que “os tempos nos têm dado”, a coreografia “Segunda 2” da Companhia de Dança Paulo Ribeiro é apresentada no grande auditório do Convento São Francisco, em Coimbra, a 22 de outubro, sábado, às 21h30. A criação, nas palavras do coreógrafo, é a garantia de que, aconteça o que acontecer, “vamos continuar a dançar”.
“É uma coreografia que se desafia a si própria, que se coloca no limiar da falha que será sempre uma aliada e não uma adversária. Uma peça que convoca algumas memórias de tantas outras e que, nos seus percursos secretos, se inspira em muito daquilo que os tempos nos têm dado”, diz Paulo Ribeiro.
E acrescenta o coreógrafo que começou a carreira como bailarino em companhias francesas e belgas: “Há 26 anos criei a primeira peça da Companhia Paulo Ribeiro, ‘Sábado 2’. Foram tempos em que acreditei e acreditámos que tudo seria possível. O mundo prometia abertura, a Europa consolidava um projeto comum e Portugal estava empenhado em tornar-se maior. De sábado a segunda passou um fim de semana e um quarto de século. Foi belo, foi intenso e, sobretudo, permitiu tornar sonhos em realidade. O momento atual obriga a algum balanço.”
Paulo Ribeiro, que se tem aproximado da cidade de Coimbra, tendo inclusivamente chegado a ser pensada uma residência artística fixa no Convento São Francisco, olha para este espetáculo como “a lógica continuação de um projeto que é obrigatoriamente de autor e que surge do imperativo de voltarmos todos a uma suposta normalidade”.
A estreia de Paulo Ribeiro como coreógrafo deu-se em 1984, em Paris, com a companhia Stridanse, da qual foi cofundador. Regressou a Portugal em 1988 e criou a companhia com o seu nome em 1995. Foi diretor do Ballet Gulbenkian, do Teatro Viriato e da Companhia Nacional de Bailado. Os bilhetes para “Segunda 2” custam entre 6€ e 10€ e podem ser comprados na BOL.