cultura

Ciclo Afro-Portugal para ver e sentir até 22 de outubro

Há performances, exposições, filmes, música, debates. Muitas das iniciativas são grátis.
Espetáculo "Aurora Negra".

O Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) e a companhia de teatro A Escola da Noite assinam a produção do Ciclo Afro-Portugal que está a decorrer de 12 a 22 de outubro, em Coimbra. Performances, exposições, filmes, música, debates, o programa é interdisciplinar, percorre diversos espaços da cidade e discute a memória colonial e o racismo.

Tendo como mote a canção “Canto dos Torna-Viagem”, de José Mário Branco, a programação deste ciclo inédito coloca em destaque as vozes artísticas negras, africanas e afrodescendentes em Portugal, de várias gerações. “São as artes negras com uma riqueza de expressão artística infinita e que ainda não tivemos oportunidade de ver, desta forma concentrada na cidade de Coimbra”, afirma Catarina Isabel Martins, curadora do ciclo. 

Até 22 de outubro pode visitar a exposição “Black Youth, Weaving Identities”, na Casa da Esquina, com curadoria de Madalena Bindzi, de entrada gratuita. A mostra apresenta artistas visuais e intérpretes de diversas proveniências, com origem e percurso em contexto pós-colonial, propondo uma reflexão sobre ancestralidade, o corpo negro, a família e a memória, essencialmente orientada para o cruzamento de novos eixos de identidade, especialmente nas gerações mais jovens. Até ao dia 21 de outubro está patente, no foyer do TAGV, a feira do livro “Literaturas Afrikanas”, com obras de autoria negra, sobre racismo e, em particular, teatro.

De cinema ainda há três iniciativas para decorrer. O documentário “Viver e Escrever em Trânsito: Entre Angola E Portugal” (2001), de Doris Wieser, baseado em entrevista com escritores e escritoras, será exibido no dia 17, no TAGV, às 18 horas. Segue-se uma conversa com a realizadora e a entrevistada Ana Paula Tavares. Os bilhetes custam 5€. No mesmo dia, às 21 horas, é projetado o filme “Chelas Nha Kau” (2020), de Bataclan 1950 e Bagabaga Studios (5€). No dia 18, às 18 horas, pode ver gratuitamente a reportagem “Por Ti, Portugal, Eu Juro”, da plataforma Divergente.

O debate “Pátria Moratória — Portugal e a Memória Colonial”, com Miguel Cardena, Bruno Sena Martins e Jorgette Dumby ocorre no dia 19, às 18 horas. No dia seguinte, à mesma hora, discute-se “Olhares de quem (não) chegou”, com Aida Gomes, Mário Lúcio Sousa e Kalaf Epalanga. Ambos os eventos decorrem no café do TAGV e são de entrada livre.

Álbuns de Guerra

Para ver tem ainda duas performances, ambas na Sala Brincante da Cena Lusófona, com entrada gratuita. A primeira, no dia 19, às 21h30, intitula-se “Álbuns de Guerra”, Catarina Laranjeiro e Tânia Dinis. A segunda, “Pelo Peso da Palavra”, de Marinho Pina, ocorre no dia 21, às 18 horas.

A peça de teatro “Aurora Negra”, de e com Cleo Tavares, Isabél Zuaa e Nádia Yracema, nos dias 20 e 21 de outubro, às 21h30, é o culminar do programa. O espetáculo, com bilhetes entre os 5 e os 7€, venceu a 2ª edição da Bolsa Rey Colaço. A encerrar este ciclo, no dia 22 de outubro, às 16 horas, e com entrada livre, atuam as “Batucadeiras Bandeirinhas da Boba” num espetáculo musical, com narrativas e memórias de mulheres negras.

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