O Dia Mundial da Criança vai ser assinalado a 1 de junho com música na EB1 de Trouxemil, em Coimbra. O estabelecimento de ensino irá acolher, a partir das 10h30, um concerto com o compositor, multi-instrumentista e produtor B Fachada. O espetáculo integra-se no programa da Associação Jazz ao Centro Clube (JACC) “Fora dos Eixos: práticas artísticas em contexto de proximidade” que é financiado pela Direção-Geral das Artes e Município de Coimbra.
Durante mais de uma hora, Bernardo Fachada irá revisitar o disco “Fachada é pra meninos”, de 2010, onde promove a discussão em torno das questões de moral associadas ao universo infanto-juvenil. Um trabalho publicado quando Bernardo Fachada fazia parte da banda “Diabo na Cruz” e onde tocou, durante quatro anos, viola braguesa.
Ao longo da sua carreira, B Fachada já lançou cinco EPs (destacando-se o remoto “Viola Braguesa”, uma reflexão sobre o conceito da tradição e suas traições, ou o split com as “Pega Monstro”, de 2015, em reflexo da amizade e acuidade estética), três mini álbuns charneira (“Há Festa na Moradia”, que teve edição física em vinil, “Deus, Pátria e Família”, que aparentou parar o País, e “O Fim”, com que anunciou uma pausa sabática) e sete registos de longa-duração (de “B Fachada é Pra Meninos” ao manifesto de pop batumada que foi “Criôlo” passando pelo homónimo de 2014, criado com recurso a samples burilados, programações barrocas, batidas apátridas, chegando a “Rapazes e Raposas” lançada sem aviso prévio no ano de 2020).
Nascido em 1984, Bernardo Fachada estudou Música no Instituto Gregoriano de Lisboa e aprendeu piano. Mais tarde, frequentou a escola do Hot Clube de Portugal e, na Universidade, cursou Estudos Portugueses. Ainda em início de carreira, o realizador Tiago Pereira dedicou-lhe o documentário “Tradição Oral Contemporânea”. Com Minta e João Correia lançou uma versão integral do álbum “Os Sobreviventes”, de Sérgio Godinho, com quem já atuou ao vivo. Dividiu igualmente palcos com Dead Combo, Lula Pena, Manel Cruz, Manuela Azevedo, Márcia, Norberto Lobo, Nuno Prata ou Samuel Úria. Fez primeiras partes para Kurt Vile e Vashti Bunyan. Tocou ocasionalmente fora de portas, em Berlim, Barcelona ou Praga.
O programa “Fora dos Eixos: práticas artísticas em contexto de proximidade” foi desenhado a partir do (re)conhecimento das fortes clivagens — geracionais, territoriais e de detenção de capital cultural — que interferem no acesso às práticas culturais, no concelho de Coimbra. As atividades decorrem em freguesias mais centrais e não urbanas do concelho, indo ao encontro de pessoas normalmente arredadas da frequência dos espaços culturais convencionais.