Portugal tornou-se solo fértil para o contínuo aparecimento de retalhistas com produtos a preços low cost. Uma das chegadas mais antecipadas neste segmento é a Pepco, conhecida como a rival polaca da Primark e do IKEA, que vai abrir a sua primeira loja em maio, em Coimbra. Existem planos para abrir mais 15 lojas ainda este ano, com o objetivo de multiplicar o número para “entre cerca de 40 a 50 lojas em 2024”.
Uma semana depois da primeira abertura, a marca chega ao Algarve, às cidades de Albufeira e Olhão. Até ao final do verão, terá espaços em Elvas e Lisboa. Quando divulgou o seu plano de expansão, em agosto de 2022, estava prevista a inauguração de um estabelecimento no norte. Porém, este ponto de venda só vai abrir mais tarde, até ao mês de outubro. À NiT, o gestor de operações da Península Ibérica, Jorge Barrie Ruiz, adiantou que já estão a negociar a abertura no Porto e em Aveiro com centros comerciais.
Caso não esteja familiarizado com a marca, a cadeia lançada em 2015 conta com cerca de 4 mil lojas em diversos países europeus. Portugal será o 19.º a ser acrescentado à lista. O seu vasto catálogo inclui vestuário, calçado, artigos de higiene e cosmética, alguns produtos alimentares e também peças para animais de estimação. Contudo, não vende online — terá que se dirigir aos pontos de venda físicos, que continuam a multiplicar-se.
Em entrevista à NiT, o porta-voz da Pepco falou sobre a chegada da marca a Portugal. O porta-voz do grupo explicou o que torna a retalhista tão atrativa para o público nacional, assim como as projeções para os próximos dois anos em termos de aberturas, ofertas de emprego e aumento do catálogo. Leia a conversa.
Porque é que decidiram trazer a Pepco para Portugal? Era algo que já estava nos planos há muito tempo?
Começámos a nossa expansão nos países mediterrânicos, como Itália e Espanha, e estava a correr muito bem. Assim, o nosso passo seguinte só podia ser a chegada a Portugal. Vemos muitas semelhanças com os outros mercados do sul da Europa, então essa era a nossa principal opção neste momento. Já andávamos a fazer alguma investigação nesses países onde estamos presentes e percebemos que os portugueses iriam adorar a marca. Os produtos e os preços têm sido muito bem recebidos.
E por que motivo escolheram Coimbra para abrir a primeira loja?
Estamos à procura de locais espalhados por todo o País e não apenas na capital. Como queremos estar em todo o lado, a nossa equipa imobiliária esteve a trabalhar com senhorios locais de várias cidades, a oportunidade surgiu e decidimos que Coimbra era uma boa opção para começar. Por vezes, não é possível abrir todas as lojas nos locais em que pretendemos, por isso é positivo podermos abrir o espaço em maio. Na semana seguinte, abrimos mais duas lojas no Algarve, nas cidades de Albufeira e Olhão.
Antes da primeira inauguração, já estão a apontar para mais de 30 lojas só este ano. É um número ambicioso.
Neste momento, o nosso número passou para cerca de 15 lojas no primeiro ano. No início, o objetivo era conseguirmos mais, mas depois continuamos a nossa expansão. Estamos à procura das melhores opções para os nossos clientes e para levar [a Pepco] para os melhores sítios. Estamos a expandir-nos muito rapidamente, mas queremos apenas levar a marca para locais onde a inauguração possa ser um sucesso, perto dos clientes, com uma boa loja e boa área. Os nossos planos a longo prazo mantêm-se, é apenas a questão de escolhermos as zonas de forma mais seletiva nesta fase.
Pode dizer-me qual é o investimento previsto da marca para estas aberturas em 2023?
A única coisa que vos posso dizer é que estamos a desenvolver as lojas com empresas de construção locais. Em todos os novos espaços, estamos a trabalhar com pessoas daqui. O montante que iremos investir depende dos locais, dos centros comerciais ou dos próprios senhorios. Em algumas zonas, vamos investir um montante muito diferente de outras. Mas não posso adiantar valores.
E em termos de empregos que pode gerar? Qual é a estimativa?
Vai depender sempre do tamanho da loja e do tráfego no local. Normalmente, podemos ter entre 10 a 20 empregados por loja. Em algumas áreas maiores, pode até chegar a 25 por loja. É isso que pretendemos.
Além das lojas anunciadas [Coimbra, Albufeira, Olhão, Elvas e Lisboa], já começaram as negociações para outras cidades?
Já começámos algumas negociações para estarmos presentes no Porto, porque é uma das cidades mais importantes do país e queremos estar lá até ao final do ano. Também já iniciámos as pesquisas em Aveiro, temos estado a conversar com alguns dos centros comerciais da zona.
Qual é o motivo do sucesso tão grande da Pepco um pouco por todo o mundo?
Somos uma empresa com uma ótima relação entre qualidade e preço. Temos produtos realmente bons com valor no mercado. E são produtos para uma família inteira. Queremos vender todos os produtos de que uma família precisa pelo melhor preço e com boa qualidade. É a melhor combinação: pode ir à Pepco e comprar tudo o que precisa. Além disso, tem muito sucesso por ser uma loja tão conveniente, em que tentamos ficar perto do cliente. Não abrimos apenas uma loja no centro comercial mais importante da cidade, vamos para os bairros e abrimos perto do local onde as pessoas fazem as suas compras regulares. Estas lojas têm cerca de 500 ou 700 metros quadrados, por isso há muita organização.
Sabe qual é o produto bestseller entre os clientes?
A nossa categoria que mais vende é a infantil. Só as roupas para bebés e miúdos representam um terço de todas as nossas vendas. Outra categoria que vende muito bem é a da decoração para a casa, mais até do que a roupa para mulher, que representa um quinto dos nossos lucros. Depois, ainda temos brinquedos, o departamento para homens, acessórios e comida. Mas o nosso ponto forte, e que os clientes dos outros países procuram, é a nossa roupa infantil e a decoração para o lar.
A Pepco ficou popularmente conhecida como a “rival da Primark”. O que acha das comparações?
São duas empresas diferentes. A Pepco está a vender produtos de muito boa qualidade para o preço que tem, temos mais variedade de produtos e estamos muito mais próximos dos clientes. Por exemplo, nas nossas lojas, temos entre dois mil a cinco mil produtos novos todas as semanas e coleções rotativas todas as estações, pelo que é realmente conveniente. É isso que está a fazer a diferença em comparação com a Primark.
Nas lojas em Portugal, vão ter alguma novidade que promete entusiasmar os clientes? Como é que estão a preparar esta chegada?
Estamos sempre a melhorar a oferta em torno do que o cliente precisa. Com base nos comportamentos dos consumidores, podemos acrescentar novas categorias ou produtos. Por exemplo, na nossa última coleção, adicionámos uma gama de lençóis que não tínhamos no departamento de casa. Além disso, acrescentámos pequenos dispositivos eletrónicos, como torradeiras ou máquinas de café, que os clientes queriam e precisavam. Estamos sempre a tentar compreender a procura em cada estação e em Portugal o método será o mesmo.
Já estão a pensar no próximo ano? Quais são os principais planos para 2024?
A nível da expansão em Portugal, queremos abrir entre cerca de 40 a 50 lojas em 2024, duplicando o número de aberturas previstas nos próximos meses. Sabemos que a marca vai ser um verdadeiro sucesso, os portugueses vão adorar-nos e, por isso queremos estar noutras cidades e aumentar o nível de oferta no País.
Enquanto aguarda pela abertura das lojas, carregue na galeria para descobrir alguns dos artigos que pode encontrar na Pepco. Aproveite e leia o artigo da NiT sobre a forma como esta promessa do retalho se compara à atual líder low cost.