Para alguns, olhar para o passado e deixar-se embeber pela nostalgia é contraproducente. Para outros, reviver os tempos de glória que já lá vão é o maior sonho. Se se identifica com o primeiro tipo de pessoa, temos uma má notícia para si.
Já todos percebemos que as indústrias da moda e da beleza gostam de olhar para trás no tempo, para um universo fantasioso de tudo aquilo que já aconteceu para criar peças de roupa e penteados.
Recentemente, têm sido múltiplos os revivalismos de décadas anteriores a que temos assistido. Aos anos 90 fomos buscar as maquilhagens minimalistas, as sapatilhas com solas XXL e os ganchos de cabelo com borboletas; aos anos 2000, o estilo Y2K, com as suas cores néon e camisolas e tops crop; agora, chegamos aos anos 70, de onde recuperamos não só as plumas e os múltiplos brilhos — de cristais ou tecidos acetinados — como também os cabelos.
A era da disco está de volta, e traz consigo a toda a energia que se acumulou nas múltiplas noites de boogie no Studio 54. Por ela fazem-se acompanhar, como é claro, ícones que marcaram o tempo como Diana Ross, Cher, Farrah Fawcett, ou Jane Birkin, que agora servem de inspiração para criar reinterpretações de looks que na altura fizeram sucesso.
Se até agora, o mote da decoração era o minimalismo e as cores neutras, para o outono/inverno espera-se um boom de confiança e alegria no interior das casas. Laranja, castanho, cores térreas: vamos assistir ao regresso dos tons que marcaram toda a década dos anos 70.
Mais do que nunca, tem vindo crescer um desejo de adquirir peças com história. Mais do que um objeto bonito, com design ou funcionais, as pessoas querem algo especial e único. É aí que aparecem as lojas vintage ou as peças herdadas da família que voltam a sair da gaveta para serem orgulhosamente exibidos.
“Texturas, padrões, cor, intensidade”, estão de volta e prometem alegrar os espaços que foram deixados quase esquecidos com o passar do tempo. Quem o diz à NiT é a arquiteta e decoradora Sissi Santos. “Com a pandemia de Covid-19, e com o aumento do tempo em casa, começámos a prestar mais atenção a esse espaço”.
“Há a necessidade de torná-la mais confortável e as cores fortes, assim como os papéis de parede, conseguem-no”, acrescenta. As cozinhas vão sofrer mudanças: vai haver quem adote os azulejos criativos, e até eletrodomésticos de cores mais divertidas. Ainda assim, é nas salas que se vai notar uma maior diferença.
“Móveis baixinhos, carrinhos de bebidas, sofás almofadões e mobiliário modelar”, são muito característicos desta tendência. O macramé é algo que já tem vindo a ganhar visibilidade no último ano, também ele “muito típico da época”. As casas voltam a encher-se de plantas e a decoradora vai ainda mais longe ao assumir que acredita “num regresso do estilo hippie com salas cheias de almofadões no chão que sugerem um bom convívio”.
Claro que os poltrões de veludo em laranja também não podem faltar. Mas não comece já a assustar-se. Isto não significa que precisa de fazer uma remodelação total da sua casa. Há, aliás, muitas pessoas que “com medo de arriscar ou de se cansar, começaram por jogar pelo seguro”, confessa a decoradora. Pequenos detalhes, como almofadas ou pósteres temáticos dessa época são uma boa alternativa.
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