Há quem diga que nunca, em momento algum, se deve olhar para o passado. No entanto, essa regra não se aplica a dois universos: ao da moda e ao da beleza. Estas são precisamente as indústrias que mais gostam de olhar para o universo fantasioso de um tempo que já não volta com o intuito de recriar os looks que ficaram para a história.
Recentemente, têm sido múltiplos os revivalismos de décadas anteriores a que temos assistido. Aos anos 90 fomos buscar as maquilhagens minimalistas, as sapatilhas com solas XXL e os ganchos de cabelo com borboletas; aos anos 2000, o estilo Y2K, com as suas cores néon, camisolas e tops crop; agora, chegamos aos anos 70, de onde recuperamos não só as plumas e os múltiplos brilhos — de cristais ou tecidos acetinados — como também os cabelos.
A era da disco está de volta, e traz consigo a toda a energia que se acumulou nas múltiplas noites de boogie no Studio 54. Por ela fazem-se acompanhar, como é claro, ícones que marcaram o tempo como Diana Ross, Cher, Farrah Fawcett, ou Jane Birkin, que agora servem de inspiração para criar reinterpretações de looks que na altura fizeram sucesso.
Provavelmente, não vai ter de voltar a ir a um salão para fazer uma permanente, no entanto, vai querer preparar o ferro de encaracolar e a laca. A textura, o volume, e algumas franjas já chegaram e há uma tendência que tem estado a encher as redes sociais: o wolf cut (corte de lobo, literalmente).
Billie Eilish, Camila Cabello, Madonna, Miley Cyrus, e, mais recentemente, Jenna Ortega, são apenas alguns dos exemplos das várias celebridades que se renderam ao corte. E Karlos Wendell, hairstylist, não podia estar mais contente. “Estou super feliz que tenha voltado a estar na moda. Precisávamos de algo além daquele estilo comprido, muito direito e pesado. Parecia quase uma cortina. Este é muito mais ousado e dá bastante movimento”, diz à NiT.
Como o nome sugere, o wolf cut é um pouco selvagem. Inspirado então nos anos 70, caracteriza-se pelo corte em camadas e uma franja que contribui para o enquadramento facial. Para melhor compreendê-lo, basta imaginar a junção entre o mullet e o shag. Isto é, a nova moda combina as camadas e o corte do shag com o comprimento e volume mullet. “A cada dez anos, o mullet reaparece, mas falha em criar raízes. Esta é a versão que vai funcionar”, garante Kristin Ess, a conhecida cabeleireira dos famosos.
Bastante texturizado, funciona com cortes de cabelo longos, lob e bob. Ainda assim, Karlos Wendell revela-nos que não o recomenda para quem tenha o rosto redondo. “Nestas situações, por ser um estilo que enquadra muito a cara, vai torná-la ainda maior”. Se este for o seu caso, não se preocupe: existem alternativas. Mudar o comprimento da franja é uma delas.
Sim, porque o wolf cut é bastante versátil e, quando se trata do tamanho das ripas, a imaginação é o limite. Reta, assimétrica ou lateral, o número de caminhos que se podem seguir é enorme. Embora seja senso comum que toda a gente tem más experiências com franjas, este look acaba por favorecer quase todos os rostos.
Segundo o especialista, o estilo é adequado para quem tem cabelo fino ou ondulado. E, embora não seja “o mais adequado para quem não tem um ou outro — porque dificulta o styling” —, dispensa uma manutenção constante.
“Basta cortar a cada dois meses e é mais para ajustar a franja”, nota o profissional. Em casa, basta secá-lo com um secador e aplicar uma espuma para lhe dar algum volume.
Se precisa de inspiração, carregue na galeria para ver a forma como várias mulheres apostaram no wolf cut.