Tudo começou na Estónia, em 2015, durante um intercâmbio ao abrigo do programa Erasmus. Mariana Ferreira teve o primeiro contacto com o mundo das cerâmicas nessa altura. Atualmente com 30 anos, ainda recorda a disciplina que lhe permitiu experimentar, ela mesma, o fabrico de peças. “Fiquei tão fascinada que comecei a dizer que haveria de arranjar uma roda para continuar a praticar”, recorda, entre risos. Apesar deste entusiasmo inicial, o seu percurso profissional seguiu durante vários anos pelo design, área na qual se formou.
Mais tarde, já em 2019 e a residir na Alemanha, ofereceram-lhe uma caneca e uma marca germânica, embora produzida em território nacional. “Achei curioso e acabei por investigar um pouco sobre o produto, que afinal tinha sido feito em Portugal. Surpreendeu-me o valor que os estrangeiros atribuem à nossa loiça, algo que para nós, portugueses, muitas vezes, nos passa despercebido”, relata.
Cinco anos depois, a vontade de regressar à cidade natal trouxe Mariana a Coimbra. “Após tanto tempo fora, sentia falta de viver aqui. Queria voltar a Portugal e perceber como é realmente o quotidiano por cá.” O desejo de criar um negócio próprio, aliado à vontade de “dar destaque ao que é nosso”, deu origem ao seu primeiro negócio, a Maripôsa. A loja dedicada à “cerâmica 100 por cento nacional”, inaugurada a 20 de Maio numa das artérias mais centrais da cidade, a Rua do Brasil.
Mariana descobriu o espaço em outubro de 2024 e toda a sua imagem foi idealizada e executada por Mariana. “Soube que já tinha funcionado como bar/restaurante e percebi de imediato que tinha muito potencial”, afirma. Pintou as paredes, antes escuras, de branco e construiu todo o mobiliário. “Fiz as obras sozinha, por isso o processo foi mais demorado, mas cada detalhe reflete aquilo que sou, a minha personalidade”, sublinha.

No interior, a luminosidade destaca as peças coloridas e diversificadas, que sobressaem entre tons claros. A oferta distingue-se pelo estilo minimalista e contemporâneo, com diferentes formas, acabamentos e vidrados, mas, como sublinha a responsável, “sempre portuguesa e a um valor acessível”. Este é, aliás, o conceito da loja: “Quero ter apenas peças feitas em Portugal, com bom gosto, diferentes do habitual e a preços acessíveis a todos”, refere. Para isso, percorre fábricas de norte a sul do País.
Nas prateleiras, é possível encontrar pires de café a 30 cêntimos; pratos rasos entre 1,5€ e 4,5€; pratos de sopa a 2,5€ ou para risoto entre 3,7€ e 6€; taças a partir de 1,5€; canecas entre 3,5€ e 5€; jarros por 15€ ou taças de maiores dimensões a cerca de 22€. “Já tive quem se surpreendesse, ao entrar, por os preços serem mais baixos do que esperavam”, garante.
A clientela é muito variada, abrangendo todas as idades, incluindo agregados familiares com pequenos que “adoram ver as cores diferentes e escolher algo para si”. Mariana explica que a loja “é pensada mais para quem a visita do que para mim própria”. “Tenho sido agradavelmente surpreendida por quem aqui passa. Gosto de receber as pessoas e ouvir as suas opiniões”. Por isso, considera que o projecto “está em permanente evolução”.
“Gosto da mudança e de perceber o que procuram. Não me imagino a manter tudo igual, no mesmo sítio, durante uma década”, afirma.
A Maripôsa funciona de terça a sábado, de terça-feira a sábado, das 11 horas às 19h30. Encerra aos domingos e segundas-feiras.
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