A franja é tudo menos consensual. Se há mulheres que não vivem sem ela, outras nunca lhes passaria pela cabeça (literalmente) cortarem as mechas de cabelo que envolvem o rosto. É precisamente por terem capacidade de transformar completamente o visual que é uma das primeiras opções de quem quer fazer uma mudança radical.
Contudo, o receio de que poderá não ficar bem ou porque é trabalhosa, nem sempre é fácil avançar para a transformação. Uma franja tanto pode revolucionar o look como aperfeiçoá-lo de forma mais subtil.
O único problema é que, com tantas opções, é difícil saber qual usar. Reta, assimétrica ou lateral, o número de caminhos que pode seguir é enorme. E, com os especialistas a apontarem para o boom que vai acontecer em 2023, o leque de possibilidades tem vindo a aumentar.
Pedro Ribeiro, hairstylist do salão Além, em Lisboa, confirma que o estilo “é um dos grandes ex-líbris deste ano”, mas “há um certo tipo de franja por ano”. Porém, nos próximos 12 meses, a tendência não vai passar pelo corte completamente reto, nem pela icónica franja em cortina ao estilo Brigitte Bardot. Há uma alternativa com a essência de ambas que se está a torna mais popular.
O estilo ficou conhecido por bottleneck. É uma franja com textura e distingue-se pelas mechas mais curtas na testa, em contraste com as laterais compridas e arredondadas, que se misturam com o resto do cabelo. “Em vez de ser mais reta, contorna o rosto de forma oval”, explica o profissional.
Uma das vantagens do corte é o facto de ser um meio termo entre o comprimento normal e mais longo. Pedro descreve-o como “uma fusão, porque é curta, mas enquadra o rosto e acaba por defendê-lo”.
“Não é tão agressiva como o corte reto, nem é um revivalismo dos anos 70, como a Bardot”, acrescenta. “O visual tem sempre uma energia muito própria e, neste caso, é uma franja mais romântica e delicada.”
O estilo é adequado para quem tem cabelo comprido e quer um apontamento que marque a diferença. Embora seja senso comum que toda a gente tem más experiências com franjas, este look acaba por favorecer quase todos os rostos.
“Estas franjas acabam enquadram a face e funcionam numa cara mais fina, mas também podem criar a ilusão num rosto mais largo”, sublinha. “Resulta em quase todos os tipos de cabelos encaracolados e ondulados. Se for mais liso, é aconselhado para rostos mais finos.”
O único lado negativo é o facto de exigir alguma manutenção. Devido à linha mais gráfica, exige uma ida ao salão de 15 em 15 dias para dar um toque. Mas não é esta a maior preocupação a ter.
“Qualquer franja acaba por requerer um styling de manhã. Muitas vezes, é vista como pouco grata porque causa remoinhos por mais que se tenha o cabelo liso”, adianta. “Mais importante do que aplicar um produto, é a ação de a estilizarmos consoante o nosso caso.”
Aliás, Pedro aconselha a não aplicar muitos produtos, “porque pode ficar com um ar muito oleoso ou denso”. “A melhor informação que acaba por ser mais justa é o profissional aconselhar de acordo com a pessoa”, diz. A solução para manter os fios no sítio passa pelo recurso ao secador.
Apesar de requerer alguma manutenção, a franja tem vantagens que não passam apenas pelo destaque que dá ao rosto. Ajuda a disfarçar alguns problemas, como fios longos emaranhados ou o couro capilar sujo ou com caspa ligeira. E se fizer um rabo de cavalo, por exemplo, torna-se num realce imediato do visual.