A compra de peças de roupa em segunda mão tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos. Seja para limpeza dos cabides ou, até mesmo, porque pretendem renovar o guarda-roupa. Para evitar o desperdício têxtil e, desta forma, promover o consumo sustentável, uma empresária decidiu abrir o seu espaço no centro da cidade de Coimbra na passada segunda-feira, 26 de junho.
Depois de algumas experiências no ramo da hotelaria, que a levou mesmo a sair do País, e no atendimento em lojas de roupa, Nélida Marques decidiu apostar no Zero Waste Nelly. “Acho que andamos a desperdiçar muito têxtil nas fábricas e até mesmo nós, enquanto particulares, estamos a desperdiçar muito tecido e muita roupa, o que nos está a afetar a nível ambiental”, referiu. Tendo consciência que este tipo de negócio tem “pano para mangas”, a empresária sentiu que era em Coimbra o local ideal para avançar.
Apesar de já ter trabalhado noutros locais, Nélida Marques sentiu que a cidade necessitava de um projeto como este. Mas, afinal, o que é que torna a loja Zero Waste Nelly diferente das outras? Por três razões, como fez questão de explicar: “Dentro da loja temos um atelier de costura, onde fazemos arranjos; criamos a nossa marca de roupa a partir de tecidos novos que são excedentes de fábricas e/ou lojas de tecido e temos ainda a parte dos bordados à mão e a pintura nas roupas”.
A modelista Andréa Freitas, a mãe da proprietária, Filomena Pinto, e a responsável pela pintura à mão nas peças de roupa, Mariana Baptista, são fundamentais para que o projeto corra da melhor forma. Dentro da loja, que está decorada em tons castanhos, os clientes têm à disposição roupa em segunda mão e calçado para mulher e homem, roupa nova criada pela equipa da loja e artigos de bijuteria. “Tratam-se de peças de roupa em excelentes condições”, afirmou.
As peças que não cumprem os requisitos impostos pela proprietária são colocadas à parte e é equacionada a possibilidade de certas partes dos tecidos poderem ser usadas na criação de roupa nova. Uma das peças que tinha sido acabada de colocar à venda era um top de mulher feito apenas com pedaços de calças de ganga.
Neste momento, a Zero Waste Nelly ainda não adquire roupa em segunda mão, mas Nélida Marques acredita que, caso o projeto corra dentro do previsto, essa pode ser uma das apostas a médio prazo. Outra das possibilidades que está a ser estudada é o cliente deixar a sua peça de roupa à consignação. Depois de deixar a peça de roupa, ela é analisada e, caso esteja em condições, “colocamos preço e estipulamos uma percentagem para o cliente e outra percentagem para nós”. “Estamos a pensar nessa vertente, mas não para já”, frisou.
Ao longo dos vários expositores, podem ser encontradas peças desde o tamanho XS até ao XXL. Na sua opinião, “como a moda é inclusiva, tem de haver produtos para todos os tipos de clientes”. Os preços variam entre 1€ e os 100€. O valor mais caro diz respeito a fatos novos de homem de marcas conhecidas.
Quanto à bijuteria, ela conta com peças novas e usadas, “todas em bom estado, caso contrário nem estavam expostas”. O espaço dispõe ainda de mais um piso. Por enquanto, a única área que está a ser ocupada é a do rés-do-chão, mas Nélida Marques pretende, caso o projeto seja do agrado do público, avançar com a realização de workshops ou “até, quem sabe um dia, criar uns cursos nesta área da moda e da sustentabilidade ambiental na indústria têxtil”.
A Zero Waste Nelly fica no número 171 da Rua Simões de Castro e funciona, a título experimental, de segunda a sexta-feira entre as 9 e as 18 horas. Os interessados podem entrar em contacto com a loja através de email.
Carregue na galeria e conheça a loja situada na zona do Arnado.

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