A cerâmica é uma paixão recente na vida de Mariana Araújo. Sem grandes expetativas, a educadora de infância de 37 anos decidiu realizar pela primeira vez um workshop para iniciantes durante o último verão. A experiência acabou por mudar completamente a sua vida.
“Foi impactante a forma tranquila como encaravam a arte e como qualquer peça é bem-vinda. Mesmo com imperfeições é tudo aproveitado e foi esse pensamento que acabou por me abrir os horizontes”, explica Mariana à New in Coimbra. “É algo que não tem nada a ver com a minha formação e foi isso que me apaixonou. Principalmente por ser uma atividade calma”.
Apesar dos seus poucos meses de experiência — e entre diversas formações para aperfeiçoar os conhecimentos — Mariana começou a comprar os próprios materiais e os pedidos dispararam, graças ao passa-palavra do seu trabalho entre os amigos mais próximos.
“Antes sequer de começar a comercializar as peças já tinha imensos pedidos. As pessoas gostam porque é possível criar tudo com as mãos e ir ao encontro exatamente do que procuram”. Foi naquele momento, perante o sucesso inesperado, que percebeu que precisava de profissionalizar este hobby e dar-lhe uma imagem nova nas rede sociais. A página de Instagram foi o boost que precisava para chegar a muito mais clientes.
O nome do projeto surgiu naturalmente, já que Mariana sempre se sentiu atraída pelas cores pastéis mates (ou seja, sem brilho). A esta ideia juntou o nome dos filhos Teresa e Manuel, e assim nasceu a Mate Ceramics.
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O artigo de maior sucesso são as canecas. O processo começa com a idealização da peça e depois a moldagem do material. Após atingir a forma desejada, é necessário esperar três a quatro dias para que tudo solidifique. Este período é também conhecido como a chacota. A seguir é preciso ir à primeira cozedura no forno, que também demora alguns dias até estar completo. A próxima fase é a da vidragem, em que as peças são mergulhadas num pó branco (que parece ter a consistência líquida) que seca em segundos. No final, as canecas são personalizadas com pinturas ou decorações e seguem novamente para o forno para secarem totalmente.
Este é um processo é ainda mais demorado no caso da Mate Ceramics, porque Mariana depende de algumas oficinas de cerâmica para conseguir fazer as secagens das peças. Um obstáculo que ela pretende superar o mais rápido possível.
Uma das suas grandes preocupações é explicar aos clientes que as peças raramente seguem imediatamente ao pedido. Sobretudo tendo em conta que a maioria são personalizadas, o que não permite ter stock pronto a enviar. Por estas razões, desde o pedido até ao envio, o processo pode demorar cerca de 30 dias.
“Trabalhar a pedido acaba por ser bastante interessante, uma vez pediram-me uns pratos de natal para servir queijos na noite de Natal. Fiz, publiquei e enviei ao cliente. Passado uns dias já tinha imensas pessoas a pedirem-me a mesma peça e cada um deu um propósito distinto. É assim que muitas das minhas criações, que nem penso em fazer, acabam por fazer sucesso”.
Agora, o sonho é ter um espaço próprio onde os clientes possam ver e sentir as peças com as mãos. Por enquanto, as encomendas são feitas exclusivamente através das redes sociais, com preços que vão dos 8€ aos 19€. Se pretender personalizar a peça, acresce sempre 1€.
Carregue na galeria para conhecer o trabalho de Mariana Araújo na loja Mate Ceramics.