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A nova loja em segunda mão da cidade com roupas amigas do ambiente e da carteira

A Reútil abriu no dia 15 de abril e promete trazer peças únicas para todos os gostos.
Abriu no coração da cidade.

Ter o próprio negócio nunca fez parte dos planos de Beatriz Ferreira. Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, continua a explorar a área através do mestrado em Justiça Penal na Universidade do Minho, em Braga.

No entanto, durante os anos de licenciatura, a jovem deparou-se com outra paixão: a moda. “Sinto que ambas as áreas se complementam e ajudam-me a não levar a vida tão a sério”, conta à New in Coimbra.

Tudo começou em 2019, quando Beatriz foi fazer Erasmus na Bélgica e descobriu a moda em segunda mão. “Há muitas lojas pela cidade e é um conceito muito mais aprofundado do que em Portugal”. Quando se estava a mudar para o quarto onde iria ficar nos próximos nove meses, Beatriz seguiu o conselho do senhorio e foi espreitar uma feira de rua, que acontece apenas uma vez por ano. 

Nesse momento, encontrou uma espécie de tenda com um conceito bastante distinto. “Havia três opções de sacos para comprar, do pequeno até ao grande e a ideia era enchê-los de roupa em segunda mão. A totalidade do dinheiro revertia para diversas associações humanitárias”, recorda. Depois desse momento, começou a explorar cada vez mais opções nesse registo de economia circular, até que abandonou a fast fashion por completo. 

“Infelizmente, em Coimbra, não existem muitas lojas em segunda mão”. Por isso, decidiu abrir a Reútil, no passado dia 15 de abril. Beatriz utilizou a inspiração dos locais por onde passou, mas também trouxe os próprios lemas.

A loja opera sobre três princípios. Em primeiro lugar está a sustentabilidade, ou seja, dar uma segunda vida às peças de roupa. Em segundo, está a garantia da qualidade e de preços acessíveis, “especialmente a pensar em pessoas sem grandes recursos financeiros”. Por último, a roupa vendida é originária de diversas associações. 

“Há muitas associações no País, em que a maioria das doações é sobretudo roupa. Na Reútil, o que fazemos é garantir parcerias para que consigamos trocar a roupa que precisamos por objetivos que eles também precisam, como por exemplo produtos higiénicos e alimentares. Acaba por ser uma troca direta, que beneficia todos”, explica a responsável de 26 anos. 

No entanto, todas as roupas e peças passam por um processo de seleção. “Não queremos nada que tenha nódoas que não saiam ou esteja roto”. Caso não tenham dúvida, se a nódoa realmente sai ou não, é sempre lavada previamente. É sempre feita uma triagem e vemos o que podemos fazer para melhorar as peças, “mas é tudo feito em casa, como lavar e dar alguns pontos”. 

Por isso, nem todas as peças que recebem são vendidas. Para agilizar esse processo, a responsável já pensou em criar novas parcerias com outras lojas de upcycling. Mas ainda não está nada oficialmente estabelecido. 

“Queremos ter um pouco de tudo e ser o mais inclusivos possível”, explica. Há peças para todos os tamanhos, tanto para mulher como para homem. “Não somos muito seletivos neste aspeto, porque cada pessoa gosta de coisas diferentes e assim é mais fácil encontrar roupa que se adapte a cada um”, acrescenta. 

Se tem filhos, sobrinhos ou netos, saiba que os miúdos também não ficaram excluídos. Como não dá para acrescentar mais espaço na loja física, Beatriz planeia criar eventos destinados aos mais novos. “A ideia é criar parcerias com espaços que tenham conceitos semelhantes e dinamizar a cidade”.

Apesar de existirem peças para todos os gostos e tamanhos, há para todas as carteiras. Os preços variam entre 1€ e 15€, apesar de existirem algumas exceções, que podem passar dos 20€. 

Carregue na galeria para conhecer o novo espaço, em Coimbra, bem como algumas peças disponíveis.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Av. Sá da Bandeira, 115
    3000-032 Coimbra
  • HORÁRIO
  • Segunda a sexta-feira, das 15h às 19h

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