Após uma coleção repleta de cores, onde a temática eram as flores, Ana Rita Clemente decidiu regressar às peças básicas e intemporais para a próxima estação. Enquanto “Íris” pretendia “oferecer uma experiência sensorial única, tecendo looks elegantes e atemporais que celebram a feminilidade em todas as suas nuances” numa paleta vibrante, a nova coleção volta ao essencial, com um visual clean, que aposta nas cores neutras e nos cortes intemporais.
A “Duality”, assim se chama, é composta por quatro peças e três acessórios, a pensar em propostas que sobrevivam ao tempo e às tendências atuais. “Procurei criar peças com que se possam fazer conjugações que assentem bem tanto num outfit mais casual como mais sofisticado e elegante”, explica a jovem de 28 anos à New in Coimbra. A inspiração nasceu nos contrastes de sombra e luz, que estão representados pelas cores preta e branca.
“É um espaço onde o preto e o branco se cruzam para conceber um visual único, refletindo sobre cada peça a harmonia entre a luz e a sombra, destacando a beleza que emerge desta contradição”, salienta. “Por outro lado, o contraste entre as cores evoca o sentimento de força e de delicadeza, o que proporciona às clientes diversas opções que se adaptam a diversas ocasiões e personalidades”, sublinha.
Ana Rita explica a escolha por linhas linhas mais clean e sofisticadas, ajudam a manter o sentimento “tanto de força como delicadeza”. Apesar de todos os detalhes, a “Duality” foi uma das coleções que menos tempo demorou a sair do papel — apenas um mês e meio.
A coleção é composta por umas calças de sarja com cintura subida e perna reta, um colete de alfaiataria com manga curva, um casaco de malha com corte assimétrico e ainda uma camisola de malha de ombros descobertos. Para rematar, há ainda alguns acessórios para o cabelo como ganchos e travessões.
A marca vai estar presente em dois mercados em Coimbra: um deles acontece já este sábado, 7 de dezembro, no Café Santa Cruz e, nos dias 14 e 15 deste mês, no Mercado D. Pedro V.
É importante reforçar que todas as peças são criadas através de dead stock, ou seja, tecidos que ficam esquecidos nas fábricas e acabariam por ir para o lixo. Por isso, não é possível refazer os designs, no entanto, se algum artigo for muito bem recebido pelos clientes há sempre forma de reproduzir o desenho num outro tecido ou reintroduzi-lo com uma nova roupagem.
Ver esta publicação no Instagram
História da marca Miriza
A moda e a costura sempre foram duas grandes paixões na vida de Ana Rita Clemente. Na infância, recorda os momentos em que se sentava ao lado da avó materna enquanto esta costurava algumas peças. Porém, ao contrário de Ana, nem a mãe, nem a avó, fizeram da costura a sua atividade profissional.
Em 2014, a jovem aventurou-se num curso profissional e, no ano seguinte, completou a licenciatura em Design, Moda e Têxtil, no Instituto Politécnico de Castelo Branco. Em 2018, fez um estágio num atelier no Porto, onde trabalhou durante dois anos.
Mesmo nessa altura, Ana sempre teve o sonho de lançar a própria marca de roupa. No entanto, por falta de tempo, o arranque do projeto arrastou-se até 2021. “Foi durante a pandemia que todas as peças começaram a juntar-se, consegui começar a planear os artigos e projetar tudo o que se veio a tornar na Miriza”, refere.
O nome nasceu de uma junção curiosa de todos os nomes da família de Ana Rita. “Queria transpor a minha identidade para a marca, por isso decidi ir buscar as iniciais do meu pai, mãe e irmã de todas as formas possíveis até que ficou Miriza”.
A principal preocupação estava em criar uma marca 100 por cento portuguesa, uma vez que Ana Rita considera importante valorizar os produtos nacionais. Além disso, procurou ainda explorar a temática da sustentabilidade. “Muitas marcas nasceram durante a pandemia e queria ter alguns pontos diferenciadores”, explica.
Carregue na galeria e conheça a nova coleção desta marca de Coimbra.