Foi em Paris que surgiu a ideia de vender produtos de segunda mão, no Marché aux puces, e logo o Mercado das Pulgas foi conhecido em todo o mundo. Na rua Adelino Veiga, em Coimbra, o poeta-operário conimbricense mais importante do século XIX, no número 33, há um conceito de moda circular que faz parte do novo paradigma: consumir de forma sustentável. Essa é a mensagem que a arquiteta e empreendedora Carina Horta, proprietária da Vai e Vem oferece aos clientes.
No espaço Vai e Vem há outros segmentos de negócio como costura, artesanato, cosmética natural, alimentação saudável, design, ilustração. Esta oferta procura soluções criativas, ecológicas e sustentáveis. Todas as iniciativas estão inseridas num projeto de cariz colaborativo chamado Col.Eco, que procura dar incentivo e apoio à formação de pessoas para a ideia de negócio sustentável.
Carina conta que a ideia surgiu de uma vontade pessoal de desenvolver o seu próprio negócio numa área que fizesse sentido: “trabalhei durante cinco anos numa loja de moda feminina e assisti à forma generalizada de consumo que se vive atualmente. Compra-se cada vez mais e usa-se cada vez menos e foi, então, que senti ser possível continuar o meu percurso nesta área, mas de uma forma sustentável, inteligente e criativa”.
O propósito da Vai e Vem é desmistificar o preconceito sobre a reutilização de peças de roupa, além de promover a consciência ambiental, ecológica e estender o tempo de vida de cada peça, reduzindo a procura de novos produtos. Na economia circular todos saem a beneficiar, os que compram, os que vendem, o meio ambiente e a sociedade.
“É importante a responsabilidade individual em cada compra que fazemos. Na minha loja encontram-se peças em ótimo estado de conservação a preços acessíveis, como roupas e acessórios femininos, peças de diferentes estilos, tamanhos e origens. Essa é a magia da segunda mão, descobrir e reusar,” afirma Carina.
Combater o desperdício têxtil
Este conceito pressupõe um modo de vida diferente, tal como reafirma Carina: “lá em casa, para além de comprarmos roupa em segunda mão, fazemos parte de círculos de amigos e familiares que trocam a roupa, sobretudo para os miúdos, assim as peças vão passando de geração em geração com muita história”.
A moda circular, atualmente, é a solução mais eficaz para combater o desperdício têxtil. De uma forma global, existe muito mais roupa do que aquela que seria necessária para vestir a população toda do mundo. Apesar disso, continuam a produzir-se toneladas de roupa diariamente, que se traduz na emissão de gases de estufa para a atmosfera, na poluição das águas, no uso de produtos químicos prejudiciais à saúde e ao ambiente.
A acumulação de roupa, normalmente, termina em aterros, sendo que a maior parte do lixo têxtil não é biodegradável. Vestir é cada vez mais uma escolha que pode salvar o planeta.
Carregue na galeria para conhecer algumas peças à venda nesta loja.