O traçadinho não tem segredos. É feito com vinho, na maior parte das vezes de fraca qualidade, e gasosa. A mistura é tão explosiva que os estudantes de Coimbra lhe dedicaram uma canção onde prometem que não a voltam a beber.
Em todas as tascas da cidade, jantares de curso e festas académicas o traçadinho está presente. Barato, doce, com um teor alcoólico considerável e já com estatuto de tradição, conquistou o seu lugar, apesar de, nos últimos anos, outras bebidas como o Licor Beirão ou o gin, terem ganho terreno.
O traçadinho está para os estudantes de Coimbra, sobretudo os mais boémios, como a poção mágica para o Obelix. Apesar de o maldizerem, por causa dos efeitos da ressaca que provoca, não passam sem ele.
Em Coimbra, o traçadinho é de vinho branco com gasosa ou 7UP e muitas vezes feito em casa pelos próprios estudantes, em garrafas de litro e meio ou garrafões de cinco litros, que depois saem à rua para os convívios e o partilham. Um litro de traçadinho caseiro custa menos de 2€. Já nas tascas pode custar mais do que um copo de vinho simples.
De entre as canções que os estudantes trauteiam pelas ruas da Alta e da Baixa da cidade há uma, da Estudantina Universitária de Coimbra, que nunca falha e o refrão diz assim:
“Desta vez estou mesmo à rasca
Vou-me pirar de mansinho
Não volto àquela tasca
Não bebo mais traçadinho”