As vendas da Mercadona já superaram as do Minipreço em Portugal. A cadeia líder do mercado em Espanha chegou ao nosso País em 2019, com um supermercado em Canidelo, em Vila Nova de Gaia — e desde então não parou de crescer. No último trimestre de 2022, aliás, ultrapassou a cadeia detida por outro grupo espanhol, o Dia, que tem dez vezes mais lojas no mercado português do que a concorrente. A Mercadona posiciona-se, assim, como o sexto maior operador no mercado português — que continua a ser liderado pelo Continente.
“A Mercadona tem vindo a consolidar a sua posição e acaba por ser o momento em que ultrapassa o Minipreço. Tem uma dinâmica dentro da loja e ao nível também da sua marca da distribuição e da oferta de marcas de fabricante diferente à que o Minipreço tem hoje em dia. Isso acaba por trazer toda uma experiência de compra diferente e também uma oferta de preço e sortido para o comprador que é muito mais completa”, destaca a diretora comercial da Kantar, citada pelo “Eco”.
Já o Minipreço, continua Marta Santos, está “numa perspetiva completamente distinta”. “Pelo facto de não se atualizar, de não se aproximar do consumidor, de nos últimos anos ter perdido alguma qualidade na experiência de compra e de ao nível promocional também não ser tão atrativa quanto os principais players, como o Continente ou o Pingo Doce. Mesmo no sortido não tem tantas marcas de fabricante, como outras insígnias, e a sua marca própria não tem a perspetiva de qualidade por parte do comprador que têm as do Lidl ou do Aldi. Tudo isso acaba por influenciar”.
Nas últimas semanas, voltaram a surgir rumores de que o grupo Dia estará a ponderar sair do mercado português, ao vender a cadeia de supermercados Minipreço. A porta-voz da Kantar frisa (citada pelo mesmo meio) que, além de não estar com o mesmo ímpeto ao nível da comunicação e das promoções, “tem havido algum desinvestimento na própria loja e isso acaba por ser visível para o consumidor, mesmo que não esteja muito informado” sobre essas notícias.
No topo da lista mantêm-se os três maiores grupos portugueses de distribuição alimentar: Lidl, Pingo Doce e Continente.
O crescimento da Mercadona
A fama da retalhista espanhola deve muito ao passa-palavra que elogia produtos que levam milhares de portugueses a fazerem uma espécie de peregrinação à loja mais próxima (que até pode ser a dezenas de quilómetros). Nos últimos dois anos, 15,5 por cento dos lares portugueses já fizeram compras na retalhista.
No final de 2022, a Mercadona partilhou a sua intenção de abrir mais 10 supermercados em Portugal — divididos pelos distritos de Braga, Porto, Lisboa e Coimbra —, continuando assim o processo de expansão da marca que já conta 39 espaços espalhados pelo País. Não surpreende, então, a progressiva aproximação ao último lugar do top 5 do retalho alimentar em Portugal, nesta altura ocupado pela Auchan.
À NiT, fonte oficial da retalhista confirmou na quinta-feira passada, 9 de março, que uma das futuras lojas vai ficar no município de Sintra, mais concretamente nas Mercês. A mesma fonte adiantou que a já anunciada loja em Massamá, localizada nas antigas instalações dos laboratórios Delta, vai abrir em julho.
Leia ainda sobre o segundo centro logístico que a marca vai abrir no Ribatejo. E descubra o detergente da Mercadona que está a enlouquecer os portugueses — compram 1.700 embalagens por dia.