A ideia de que a salada é um prato aborrecido e que apenas interessa a quem está a fazer alguma dieta ou segue um regime alimentar específico é, cada vez mais, uma coisa do passado. Prova disso são as várias combinações que se podem fazer para a preparar e até a forma como os restaurantes lhes dão mais protagonismo. Em setembro de 2022, por exemplo, até foi inaugurado o The Happy Salad, um restaurante de saladas em Lisboa.
O tempero, contudo, está entre os elementos mais importantes para o sucesso da receita. E encontrar a fórmula certa pode ser complicada. Para lhe facilitar a vida, a NiT falou com Fábio Bernardino, cozinheiro residente no programa “A Nossa Tarde”, na RTP, que revelou todos os segredos para conseguir o molho perfeito.
“Gostava de destacar que, para temperar uma boa salada, nem sempre precisamos de exagerar nos condimentos, nem no próprio sal. A simplicidade é, por vezes, o nosso maior aliado”, começa por dizer o profissional, que se tornou um fenómeno nas redes sociais durante a quarentena.
Fábio ressalta, em seguida que, apesar de “um bom clássico da gastronomia portuguesa” neste campeonato “consistir em azeite, vinagre, sal e pimenta, podendo variar com uns orégãos, coentros ou salsa”, há muitas outras possibilidades. De acordo com o tipo de receita, podemos até ir muito além da habitual mistura de alface, tomate e cebola.
“Enquanto chef, diria que um bom tempero tem que ter na sua base uma fonte de gordura, um elemento ácido, ervas aromáticas e especiarias, além de outros condimentos como mostarda. A partir desse princípio, há múltiplas combinações”, explica.
“Na gordura, podemos variar entre um bom azeite (que pode ser aromatizado) ou óleo de sésamo, por exemplo, e assim ter temperos alternativos. No elemento ácido, usar desde um bom vinagre (vinho branco, vinho tinto, sidra, arroz, balsâmico) a sumo de limão ou lima são possibilidades. Já no mundo das ervas aromáticas e especiarias todas as opções são válidas. Gosto sempre de reforçar que não existe uma erva aromática ou uma especiaria específica para cada prato ou alimento. Todas as combinações são aceitáveis. Por exemplo, uma boa hortelã, manjericão, cebolinho e tomilho ficam excelentes numa salada. Conseguimos reduzir o teor de sal, dar mais sabor à receita e melhorar a nossa saúde”.
E acrescenta: “Sublinho, ainda, que quando adicionamos ervas aromáticas em qualquer prato, não devemos ter medo de colocar quantidades generosas. Um bom ramo de ervas aromáticas deve ser a quantidade para termos todo o sabor. No caso das especiarias, um toque mais q.b. já é o desejado. E por fim, temos outros condimentos, como uma boa mostarda”.
“Com esta base, podemos dar asas à imaginação e fazer combinações que vão de um bom vinagrete de maracujá ou frutos vermelhos, em que incorporamos uma fruta na base do molho. Usar o iogurte para obter um molho mais cremoso, e também saudável, é outra opção. Importa também não esquecer a cebola (especialmente a roxa, que é mais aromática) e o alho. São ingredientes que conferem frescura e sabor”, conclui.