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O pastel de abóbora e noz que é uma homenagem ao cavaleiro de D. Afonso Henriques

A Casa do Pão, na Lousã, criou o Pastel de Alvites para levar o nome da terra além-fronteiras. E está a ter muito sucesso.
O Pastel de Alvites leva abóbora, noz e canela.

Ter a abóbora na composição de um doce pode fazer muitos quererem fugir dele, mas se lhe juntarmos noz, canela, limão, açúcar e ovos e envolvermos tudo numa fina e crocante massa, se calhar mesmo os menos gulosos vão mudar de ideias. É assim o Pastel de Alvites, criado pela Casa do Pão, em Serpins, no concelho da Lousã, e que evoca este pedaço de terra doado por D. Afonso Henriques ao seu cavaleiro, Pelagio Alvites.

“O pastel nasceu da ideia de associar Serpins a um doce e que os dois se conseguissem juntar e levar o nome de Serpins mais longe”, conta à New in Coimbra Ana Sofia Silva, mentora da ideia e proprietária da padaria Casa do Pão. “Não queríamos usar nem o mel nem a castanha, que são produtos da região, é certo, mas que já têm um grande leque de iguarias associados. Então decidimos tirar partido do que cultivamos e surgiu a abóbora”. 

E acrescenta a pasteleira, de 42 anos: “Há muitas pessoas reticentes em provar, porque, de facto, a abóbora representa a maior percentagem da composição do pastel, mas a combinação com os outros ingredientes e depois a massa fininha faz com que fique muito bom mesmo.”

Ana Sofia é filha de padeiros, ainda no ativo, que lhe fazem uma “concorrência leal”, mas a tradição na família remonta ao trisavô. Quem a conhece bem diz que é uma apaixonada pelo que faz e uma mente inquieta. Está sempre a criar, a inventar e a fazer experiências. A Casa do Pão é a sua morada há 21 anos e o marido, Fernando Silva, que era pintor, rendeu-se também ao negócio. Agora, os dois são a alma da pastelaria. 

Foi num dos seus momentos de criação, há quatro anos, que Ana Sofia decidiu que a vila de Serpins tinha de ter um pastel que a representasse. Para isso, recuou mais de 800 anos na história de Portugal, já que foi em 1144 que D. Afonso Henriques doou esta terra que tinha conquistado aos mouros ao seu cavaleiro e homem de confiança, Pelagio Alvites.

“Era uma história desconhecida, até por muitas pessoas que cá vivem”, sublinha. Por isso, mais do que o nome do pastel, a Casa do Pão decidiu fazer uma caixa que só por si é um presente. Toda decorada, tem no interior um texto onde se conta esta narrativa associada à origem de Serpins. 

Quem compra uma caixa de meia dúzia de pastéis por 6€ leva consigo os sabores, mas também a história de Serpins. “Muitos clientes compram para levar para fora do País, para as suas terras como recordação da passagem por cá ou para oferecer”, diz Ana Sofia, referindo que o Pastel de Alvites preserva todas as suas propriedades durante 12 dias, sem precisar de refrigeração. 

Apesar de ser uma das grandes especialidades, este doce não é o único produto exclusivo da Casa do Pão. Já em 2011, a padaria criou o Bolo Tosco que venceu um concurso promovido pela Câmara Municipal da Lousã. Custa 7€ e pode durar até um mês. É feito com mel, castanha, azeite e noz, todos produtos regionais. 

Carregue na galeria para conhecer o Pastel de Alvites e o Bolo Tosco da Casa do Pão.

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FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua das Almas, loja 1/2
    3200-301 Coimbra
  • HORÁRIO
  • Todos os dias das 7h às 21h
  • Encerra à quarta-feira
PREÇO MÉDIO
Menos de 10€
TIPO DE COMIDA
Pastelaria

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