As estrelas Michelin são um dos pontos mais altos da carreira de qualquer chef português. No entanto, esta não é a única forma de chegar à excelência, uma vez que os restaurantes também podem integrar o espaço das recomendações no Guia Michelin — mesmo sem terem o estatuto de estrela.
A primeira gala do evento em Portugal aconteceu esta terça-feira, a 27 de fevereiro. E o distrito de Coimbra esteve bem representado com dois nomes. Apesar de não ter ganho uma estrela, O Palco passou a integrar o famoso Guia Michelin, no capítulo das recomendações. O espaço abriu a 29 de novembro de 2022, com o intuito de transformar os produtores da região em protagonistas, através de culinária criativa. O restaurante Olaias, na Figueira da Foz, também foi distinguido pelos inspetores Michelin, mas na categoria Bib Gourmand.
“É um grande orgulho, tanto para nós como para a cidade. Este era um dos grandes objetivos do restaurante, chegar pelo menos até ao Guia Michelin. Agora, o importante é elevar a fasquia”, explica Marco Almeida, chef d’O Palco, à New in Coimbra. “Com apenas um ano de existência, esta distinção é a prova de que estamos no caminho certo e comprova a diferença no nosso estilo de cozinha”.
Relativamente aos próximos planos, Marco, de 33 anos, salienta que quer continuar a crescer dentro das possibilidades do espaço. “Queremos apostar nos nossos pratos de eleição, e só alteramos a carta caso falte algum elemento, ou alteramos muito gradualmente”. O chef acrescenta: “Agora, o próximo objetivo é ganhar uma estrela Michelin”.
Na ementa d’O Palco poderá encontrar várias opções originais, como risotto de caracóis ou pastel de nata de tremoço. Um dos seus pontos fortes é mesmo a preocupação com a sustentabilidade da cozinha. A carta é fechada, de modo a ser possível aproveitar a sazonalidade dos produtos, além de trabalhar em exclusivo com pequenos produtores locais. Elemento que acaba por reduzir a pegada carbónica de transporte e ainda é um incentivo ao negócio local.
“Queremos que as pessoas se sintam em casa, tenham uma experiência diferente, descontraída, mas com algumas regras de serviço. Quero que os clientes entrem e percebam que estão num sítio diferente, que respeita um simples tremoço da mesma forma que respeita um borrego”, explica. “Que percebam que uma cenoura dá trabalho, que um tremoço dá trabalho, que os negócios estão a mudar, por tudo o que aconteceu, e nós temos de nos virar para coisas mais pequenas, para sermos mais sustentáveis”.
De salientar que Marco Almeida, chef e proprietário d’O Palco, esteve nomeado para os prémios New In Coimbra na categoria de Melhor Chef. Marco é formado em Gestão e Produção de Cozinha, pela Escola de Hotelaria de Coimbra. Entre Portugal e Espanha, trabalhou com José Avillez, Vincent Farges, Martín Berasategui (detentor de 12 estrelas Michelin), João Rodrigues, Filipe Carvalho, Toño Perez, e, em Coimbra, com o chef Vítor Dias no restaurante do Hotel Quinta das Lágrimas.
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