Quando falamos de uma mina, pensamos automaticamente nos espaços de escavação para a obtenção de minerais ou combustíveis. Porém, a verdade é que nem sempre é assim. No passado dia 7 de setembro, sábado, abriu a Mina, em Lousã. Ali, ao contrário do esperado, não existem grandes tesouros entre as suas paredes.
“Quando estávamos a preparar a cave, encontrámos uma mina de água antiga. Mais tarde, viemos a descobrir que Lousã está repleta destas minas, responsáveis por levar água às populações. Achámos esta descoberta incrível, sobretudo pelo facto de ainda estar a funcionar”, explica o casal Manuel Vilhena e Catarina Serra à New in Coimbra.
A Mina nasceu com o objetivo de contribuir culturalmente para a Serra da Lousã. Catarina já trabalha na área da hotelaria desde 2015 e atualmente é uma das gerentes do projeto Cerdeira — Home for Creativity. Manuel está a trabalhar para construir uma aldeia tecnológica, na Silveira, que pretende ser um espaço para as start ups desenvolverem os seus produtos, onde podem viver e ajudar o ambiente.
O conceito inspirou-se nas noites que o casal passou em Amesterdão e Lisboa. “Não havia grande entretenimento noturno na Lousã, pelo menos, não da forma que procurávamos”, explicam. Ambos viveram entre dois a três anos em Amesterdão, onde existia uma grande oferta cultural, e era desse elemento que mais sentiram falta.
Depois de terem estado nos Países Baixos, ambos regressaram para Lisboa, de onde são naturais. “Desde que assumi o projeto na Cerdeira, a minha vida sempre foi entre Lousã e Lisboa. Por isso, já era um passo que queríamos seguir”, salienta Catarina. A mudança não foi possível até à pandemia, quando Manuel começou a trabalhar remotamente. “O facto de termos sido pais em 2020 também acelerou o processo e obrigou-nos a tomar uma decisão”, continua. Estão na Lousã há quatro anos e não podiam estar mais satisfeitos.
A Mina procura ser um espaço híbrido que proporciona experiências diferentes através da cultura, arte e petiscos. “É uma sinergia entre todos os elementos e que contribuiu para a localidade”, salientam. É um espaço para todas as idades e quase uma casa da cultura. A área encontra-se dividida por alguns pisos: o primeiro onde pretendem criar um atelier de workshops e experiências ligadas à cerâmica, a cave onde irá receber os espetáculos a decorrer e ainda um sótão, que contará com uma programação infantil no futuro.
“Um dos grandes objetivos era tornar o projeto hiperlocal, ou seja, que todos os produtos fossem regionais, desde a cerveja aos vinhos. Assim conseguimos inspirar os outros espaços a fazer o mesmo e acredito que resultará numa economia mais feliz”, explica Manuel. A ideia é que os clientes saibam que a Mina é o local “para encontrar uma programação diferente e onde podem ser sempre surpreendidos”. Os espetáculos acontecem todas as semanas, pelo menos uma vez. No futuro, pretendem ter espetáculos todos os fins de semana, de forma permanente.
O menu é composto por petiscos, cocktails e refeições leves. Para partilhar poderá pedir uns amendoins, tenebrios do vasco e azeitonas temperadas (3,5€), mini croquetes (4€), nachos com queijo cheddar, guacamole, sweetchilli e creme fraiche (6,5€), chouriço assado (8€) e tábua de queijos (10€). Para saciar a fome tem uma salada de grão (6,5€), tosta de queijo de cabra com mel da Serra da Lousã (7€), bruschetta (3,5€), tosta de salmão (8€) ou ainda sopa de legumes (2,5€).
Nos cocktails, há Gin Foxtale (6€), mojito (6€), caipirinha (5€), Perse Tonic (4,5€), morangão (5€) ou cuba libre (5€). Nas sobremesas há um gelado própoli feito na vila de Lousã (2,5€).
Carregue na galeria para conhecer a nova Mina da Lousã.