Da próxima vez que for jantar fora pode levar o seu cão e deixá-lo escolher entre um tenríssimo lombinho de vitela, o borrego estufado com ervilhas biológicas ou filete de robalo e algas, só para citar alguns exemplos. Parece-lhe demasiado requintado? O Rei dos Leitões, na Mealhada, não faz por menos. Aqui os cães têm estatuto de clientes e direito a um “Dog Menu”.
Para maior conforto dos patudos, as refeições são servidas no espaço exterior, a Terazza, em taças especiais. O menu, que tem sete pratos à escolha, foi elaborado com a ajuda de um veterinário. Na lista estão iguarias como ovo escalfado com azeite (4€), peru cozido (8€), galinha do campo ao vapor (12€), borrego estufado com ervilhas biológicas (15€), vazia de vitela grelhada (20€), filete de robalo e algas (28€) e lombinho de vitela (38€).
“Os pratos não têm sal nem condimentos que possam interferir com a dieta habitual dos cães”, explica Licínia Ferreira, proprietária do restaurante. A refeição é servida numa taça digna de um rei e que no final o cliente pode levar para casa como recordação. A água também está sempre à disposição dos patudos.
A criação do menu específico para cães, este ano, foi uma das formas de o restaurante assinalar os 75 anos de existência e de responder às crescentes solicitações. “Vários clientes traziam os seus cães e pediam-nos para cozer um bocadinho de carne ou de peixe para eles”, conta a responsável.
Se as iguarias caninas são novas, o espaço há muito que se assume como pet friendly. Basta passar os olhos pelas redes sociais para perceber que uma boa parte da clientela tem quatro patas e adora a Terazza do Rei. Além disso, o edifício dispõe de boxes nas traseiras para acomodar os companheiros de quatro patas enquanto o dono toma a refeição.
Por agora, o menu está disponível apenas para cães, mas a gerência não descarta a possibilidade de criar iguarias para gatos, por exemplo. “Gostamos muito de animais, é uma causa que nos diz muito. Temos dez cães e cuidamos deles com muito amor, são da nossa família. O coração do homem vê-se na forma como trata, ou maltrata, o animal”, sublinha a empresária.
Licínia Ferreira deu continuidade ao negócio iniciado pelos padrinhos e tios — Maria Olímpia Alves Ferreira e Arménio de Sá Camboa a 15 de maio de 1947. Nesse dia, feriado na Mealhada e Dia da Ascensão, assaram o primeiro leitão e serviram-no em sandes a quem por ali passava. O estabelecimento, que começou por ser uma taberna de vinho ao copo foi crescendo, ganhou dimensão regional e, a partir de 2011, com a entrada de António Paulo Rodrigues, ex-bancário e marido de Licínia, começou um caminho de inovação e reconhecimento sem retorno.