O trabalho na área da cozinha sempre foi natural para Sérgio Silva. O jovem, de 34 anos, nasceu dentro de uma família de pasteleiros e, apesar de tentar “lutar contra o seu destino”, foi em Coimbra que descobriu que pertencia a esse mundo. Acabou por conhecer Vanessa Claro, com a mesma idade, que estudava Economia.
O projeto foi idealizado por Sérgio, que estava cansado de trabalhar para outras pessoas. “Até já tinha experiência em idealizar o negócio, já que esteve bastante envolvido na criação de outro espaço, onde era ele que fazia o menu e organizava tudo o que dizia respeito à cozinha”, explica Vanessa à New in Coimbra.
Tudo começou na pandemia. Sérgio decidiu fazer refeições pré-feitas para os clientes terminarem a refeição em casa. Quando as restrições foram levantadas, o serviço transformou-se em chef ao domicílio. Depois disso, o passo seguinte foi abrir um restaurante próprio. Foi nesse momento, que os dois resolveram apostar na cidade que os acolheu enquanto estudantes.
“Era suposto abrirmos em abril de 2023, no entanto, a vida não permitiu”, salientam. O Safra esteve então em soft opening “forçado”, desde abril, por causa do casamento de Sérgio e Vanessa. Por isso, a abertura oficial ficou marcada para outubro.
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O objetivo principal do espaço é trabalhar com elementos sazonais dos melhores produtores locais, o que reduz significativamente a pegada ecológica. “Não temos a carta disponível, uma vez que acaba por ser alterada imensas vezes e preferimos que seja tudo uma surpresa para os nossos clientes”, afirma. Todos os dias, o chef prepara ingredientes e, com base nessa compra, é que cria a ementa para o dia.
Todos os dias são uma surpresa, num ambiente descontraído cujo objetivo é contribuir para a comunidade e economia local, sempre com consciência ambiental. Os responsáveis também apoiam artistas locais, ao disponibilizarem o espaço para a divulgação das suas pinturas. “A ideia é que todos os meses tenhamos pinturas novas de artistas diferentes. Assim, temos sempre uma decoração nova para apresentar”. Neste momento, estão expostos os quadros de Jean Calcagno.
Além disso, incentivam “sempre à partilha, não num conceito de tapas, mas a ideia é que todos partilhem e experimentem os pratos servidos”. Relativamente ao menu, existem opções permanentes, como o bacalhau e alguns cortes de carne. No entanto, para este mês, ainda estão a trabalhar com curgete, sarda, choco, tamboril, porco preto e cogumelos.
O bacalhau à Brás (18€) e o croissant de tártaro e pickle de chalota (12€) são elementos que estão quase sempre presentes. Aqui também poderá encontrar vieras com tutano e pimento queimado (16€), chulleton maturado (74€), tempura de curgete (10€). Nas sobremesas, nada melhor que um brownie de miso e gelado de noz (9€). Se ficou curioso, o melhor é experimentar.
Até lá, carregue na galeria para conhecer os pratos que já passaram pela carta e alguns detalhes do espaço.