Beatriz Simões, 25 anos, sempre disse que daria o nome da sua avó materna a uma filha. Ainda não foi, mãe, porém, a homenagem foi feita no seu projeto de pastelaria. Emília Coutinho morreu quando a neta tinha seis anos. “Uma fase muito difícil para todos”, recorda.
A matriarca da família era “um modelo de como saber amar, mesmo que tenhamos pouco para dar”, sublinha. Dedicada aos seus 10 netos, foi ela que incutiu em Beatriz a paixão pela doçaria, que fazia questão de confeccionar para todos. “Tentamos que esteja sempre presente nas nossas vidas, de alguma forma. Deu-nos tudo com muito amor e, no fundo, estamos nesta vida para nos sentirmos amados”, relata.
O negócio surgiu numa altura de mudanças na vida da jovem empreendedora. Em abril de 2024, Beatriz, psicóloga de profissão, largou o seu trabalho a tempo inteiro em Lisboa, para voltar para junto da família, em Coimbra. A decisão valeu-lhe algum tempo de procura de emprego e, durante esse período de incerteza, decidiu dar continuidade ao plano que andava há tanto tempo na sua cabeça: a pastelaria Emília.
Em maio do mesmo ano, deixou de cozinhar doces apenas para família e amigos. Criou uma página nas redes sociais e começou a vender para fora. “Era algo que eu já queria fazer há uns bons anos. Por isso, num momento de instabilidade profissional, pensei que poderia seguir o meu gosto pela área, de uma forma profissional, e tentar viver deste empreendimento”, conta à NiC.
Desde então, a adesão tem sido crescente. Para a psicóloga, o sucesso do negócio, que completa este mês um ano, vem do “passa a palavra”, a melhor publicidade que o negócio pode ter. “As pessoas, que experimentam os doces por recomendação de alguém que conhecem, acabam por entrar em contato connosco para fazer uma encomenda. Acredito que o conselho de comprar na Emília, dado por alguém em quem confiam, é o que faz o êxito da marca.”
O sorriso de Beatriz abre quando fala em quem apoiou o projeto desde o primeiro dia: a mãe. Graça Coutinho, que a jovem afirma, em tom de brincadeira, ser “mesmo a graça dos meus olhos”, dá todo o suporte logístico à filha. “Sem ela, não sei se a Emília existiria. É bom ter alguém importante a olhar por nós. A minha mãe acreditou sempre nisto”, confessa.

Entre as propostas que mudam sazonalmente, destacam-se os rolinhos de canela (2€); fofos de morango (2€); mocha rolls (1,7€); ou os babka (entre 14€ e 20€), cujo recheio vai sendo alterado conforme a estação do ano, passando por chocolate, morango ou mirtilos. Porém, os bestsellers da pastelaria online são as cookies americanas (2,5€ a unidade).
Para os que não resistem a uma fatia de bolo, Beatriz apresenta receitas com sabores como doce de ovos, maçã, canela ou amêndoa, por 20€ (bolo inteiro). Na sua página de Instagram, a fundadora da Emília propõe, ainda, que os clientes deixem sugestões para os próximos recheios.
As encomendas, que rondam as 30 por dia, aumentam exponencialmente nas épocas de Páscoa e Natal. Como uma forma de “chegar a toda a gente e melhorar a cada dia”, a jovem participa, com frequência, em workshops na área.
Embora esteja totalmente dedicada à Emília, que já participou no Coimbra Hype Market e promoveu vários serviços de catering, Beatriz continua a dedicar-se à psicologia, agora como freelancer. “Tenho mais flexibilidade horária, mas não quero deixar nada de lado. Consigo conciliar o melhor dos dois”, esclarece.
Carregue na galeria para ver algumas imagens dos doces da Emília, que em junho, irá apresentar novidades a pensar no verão.