A carta é curta, embora diversificada, e todos os meses é atualizada. No Devaneio Gastropub, no Adro de Baixo, em Coimbra, há sempre novos sabores para todos os paladares. E surpreenda-se, porque também o “Menu Ofyr” alterna todas as semanas, podendo escolher entre o camarão tigre, o naco da vazia, o chuleton maturado e o t-bone. Envolvido por uma decoração moderna e acolhedora, o gastropub serve jantares e trabalha como bar, onde há cerca de 200 opções de vinhos.
Filipe Neto, de 35 anos, é o proprietário do espaço — juntamente com Luís Ferreira, de 34 anos — e, apesar de ter aberto em março de 2022, o projeto foi idealizado há largos anos. Conhecedor da área da restauração e hotelaria, diz ter dormido “seis anos em quartos de hotel” por outras bandas de Portugal, mas não tardou a regressar às suas origens: Coimbra.
Desde cedo que Filipe Neto começou a ajudar os pais na empresa de catering que gerenciavam e nunca duvidou de que esse seria o caminho a escolher. Com 16 anos estudou Restaurante e Bar na Escola de Hotelaria de Coimbra e, mais tarde, Gestão Hoteleira. Em Londres, concluiu o Wine & Spirits Education Trust, uma especialidade em vinhos. Estudou ainda Gestão de Restauração na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos da América, e o trajeto pela hotelaria começou quando voltou ao País, sendo que em 2008 já tinha estruturado uma das casas mais emblemáticas de Coimbra, o Garden Bar, que deixou em 2013.
“Aos 26 anos comecei a trabalhar como diretor de vinhos naquela que é considerada a melhor cadeia de hotéis do mundo, a Six Senses, neste caso na região do Douro. Depois, passei para o Sublime Comporta enquanto diretor de alimentos e bebidas. Até que fui parar à Herdade da Malhadinha Nova, no Alentejo, como diretor geral. Dou aulas na Escola de Hotelaria de Coimbra, desde 2013, e decidi voltar efetivamente para a cidade que me viu crescer”, partilha Filipe Neto à New in Coimbra.
Regressou a Coimbra para trazer “um espaço com alma” e o local, na Baixa, foi escolhido a preceito. “A minha mãe tem aqui uma loja há 20 anos e eu sempre amei esta zona da cidade e também sempre achei que faltavam espaços e ofertas diferenciadas. Há muita opção gastronómica, mas toda mais ou menos com o mesmo objetivo, que é satisfazer as necessidades locais, principalmente na hora de almoço. Quando pensamos em restaurantes, de um nível efetivamente mais alto, há poucos. E achámos que havia espaço para um gastropub e aqui seria ideal”, refere.
Idalina Castro, Sara Guterres e Marco Novo são os três chefs da casa, em que cada um é responsável por uma parte da carta e por caprichar na preparação dos pratos. “Não defendemos aquele conceito de chefe executivo que pensa em tudo, porque não acreditamos que exista alguém que domine todas as áreas”, explica, adiantando que a chefe Idalina Castro foca-se nos pratos principais, a chefe Sara Guterres fica pelas entradas e criação de novos pratos e o chefe Marco Novo está com o ofyr e cozinha exterior. Os pratos são testados diariamente, o rigor está presente na cozinha e a experiência promete ser única.
“Por enquanto, o Devaneio vai manter-se enquanto parte única, embora estejamos já a preparar expansão. Queremos aproveitar a sua imagem mais eclética e, com um novo conceito, abrir noutras cidades e até mesmo em Coimbra”, partilha Filipe Neto, certo de que vai querer continuar a apostar na sua cidade natal, com novas filosofias e conceitos.
Se ficou curioso por conhecer este gastropub, fique a saber que a carta deste mês tem seis opções para entrada, desde o ceviche de camarão, ao bolo do caco de espinafres com manjericão, abacate, pesto e queijo creme, o presunto pata negra do Alentejo, a seleção de queijos e a burrata com mescla de alface, pata negra, tomate cereja e vinagre de moscatel roxo, cujos valores rondam os 7€ e os 15€.
Estão ainda disponíveis cinco pratos principais à escolha, como francesinha, prego em bolo do caco com cogumelos, queijo e mostarda de dijon, a posta de coração de alcatra com alho, tomilho e salada de laranja, cebola roxa e tomate cereja, o linguini com camarão, manjericão e malagueta ou ainda o lombo de bacalhau da Islândia com puré de ervilha e infusão de wasabi e pinhões. Os preços podem ir 12€ aos 19,50€. Não peça a conta sem antes provar a tarte basca e frutos silvestres, a bomba de chocolate, a doçaria conventual do dia ou o gelado artesanal, entre os 2,50€ e os 5€.
